RABECAS E BOIS NA ESCUTA DE TERRITÓRIOS INESPERADOS

Autores

  • Alessandro Dozena UFRN
  • Caio Padilha Mestrando PPGAS/UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.12957/espacoecultura.2021.65165

Palavras-chave:

Cultura, Rabeca, Bois, Brasil, Nordeste, Improvisação

Resumo

O Boi de Reis, Bumba-meu-Boi, Boi de Mamão, Boizinho, Boi Calemba, e mesmo o Cavalo Marinho - que é uma das variações da brincadeira do "Boi de armação" no Brasil - fornecem molduras abrangentes por meio das quais a rabeca ganha sentido de expressão cultural em diferentes territórios. Essas expressões abrigam algumas das interações interétnicas cujas particularidades sonoras e geográficas se misturaram no repertório de canções tocadas, criadas e improvisadas. Os elementos sonoros e territoriais entre bois e rabequeiros - que dançam e cantam, plantam e pastoreiam enquanto tocam seus instrumentos tradicionais - expressam certos territórios sonoros inesperados, ao mesmo tempo em que desafiam nossos modos de escuta mais triviais. O texto objetiva destacar um modo de escuta em que as sonoridades são espacialmente decifradas em termos territoriais, sugerindo novas percepções, novas racionalidades das práticas musicais e identitárias que, distribuídas em territórios sonoros, articulam bois e rabecas em diferentes regiões do Brasil. Se as práticas e os instrumentos musicais se estabeleceram historicamente em conjuntos de territórios, as rabecas instituíram distinções diante das outras práticas sonoras não ligadas aos Bois - tais como os violinos em contextos sinfônicos. E se tais distinções também são percebidas por nossa escuta e intelecto, elas fazem circular significados e valores que fornecem as bases socioculturais para uma relação entre música, território e identidade; entre Bois, rabecas e regionalidades sonoras, que se expressam enquanto linguagem espacial, intrínsecamente conectadas com as sonoridades reminiscentes de seus territórios.

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Publicado

2021-12-20

Como Citar

Dozena, A., & Padilha, C. (2021). RABECAS E BOIS NA ESCUTA DE TERRITÓRIOS INESPERADOS. Espaço E Cultura, (50), 28–48. https://doi.org/10.12957/espacoecultura.2021.65165

Edição

Seção

ARTIGOS