(I)MOBILIDADE E TÁTICAS ESPACIAIS NO QUOTIDIANO DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE SEM TETO: O CASO DO PORTO, PORTUGAL

João Sarmento, Jorge Leão

Resumo


O mobility turn nas ciências sociais e humanas, recentrou o movimento como dimensão fundamental para a vida. Paradoxalmente, embora em abstrato pessoas em situação de sem teto tenham autonomia de uma localização espacial fixa para moradia, no concreto elas apresentam grandes dificuldades de movimento, e uma dificuldade em tirar partido dos benefícios de viver em cidades. Este artigo analisa a espacialidade de pessoas em situação de sem teto na cidade do Porto, Portugal. A pesquisa partiu de informação recolhida junto de prestadores de serviços que trabalham no terreno, da observação detalhada de um conjunto de ruas no centro da cidade, e de várias conversas com um conjunto de pessoas em situação de sem teto. São apontados cinco argumentos principais: as pessoas em situação de sem teto (i) têm uma grande imobilidade espacial; (ii) moram numa área muito confinada da cidade; (iii) têm rotinas espaciais específicas que governam rigidamente o seu quotidiano; (iv) têm rotinas espaciais principalmente ditadas pela lógica dominante dos "fornecedores de sopa"; (v) têm uma agência, por meio da qual estabelecem uma miríade de laços sociais baseados na confiança e na amizade.

 

 


Palavras-chave


Sem teto; (I)mobilidade; Visibilidade; Estratégias espaciais; Porto.

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DOI: https://doi.org/10.12957/espacoecultura.2021.60695

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