CONTINUUM PASSADO-PRESENTE E FUTURO E O TEMPLO COMO SIMBOLISMO CÊNTRICO: A RELAÇÃO DA IDENTIDADE COLETIVA JUDAICA COM SUA FORMA SIMBÓLICA ESPACIAL RELIGIOSA

Autores

  • Diego Lopes da Silva Universidade de Brasília - UnB

DOI:

https://doi.org/10.12957/espacoecultura.2017.45368

Palavras-chave:

Templo, Judaísmo, Geografia da Religião, Geografia Histórica, Identidade, Resistência, Território Religioso Sagrado, Espaço Sagrado, Espaço Profano e Lugar Sagrado

Resumo

O presente artigo científico trata sobre a forma espacial do Templo como lugar sagrado, e que se tornou ao longo da história do povo um elo cultural em torno das suas práticas religiosas e também de resistência às sucessivas dominações que buscavam impor sua religião e seus costumes ao povo judeu. Os objetivos presentes na publicação visam compreender o processo de resistência cultural à dominação helenística e a forma simbólica espacial religiosa do Templo como elemento de coesão social, gerando no judeu o sentimento de pertencimento a sua nação - criação de uma identidade - através da religião e de aversão/resistência à tentativa de mudanças nos costumes religiosos e na ritualística em torno do território religioso sagrado do Templo. Busca-se a partir da ciência geográfica compreender a forma do Templo, como território religioso sagrado que serviu de construção (geo)simbólica de resistência cultural judaica à dominação estrangeira e preservação de sua identidade religiosa. Propõe-se neste estudo um modo de aproximar os campos científicos da Geografia, História e Ciências da Religião; assim como os subcampos da ciência geográfica especialmente as Geografias da Religião, Histórica e Cultural, que ao interagirem, podem nos fornecer elementos importantes para recriar e interpretar elementos passados que foram negligenciados, compreendendo a importância dos símbolos culturais e a força que exercem nas mentalidades – no caso desta tese, a “mentalidade judaica” (posto que a configuração simbólica de um território ambicionado trouxe, do passado, ecos até a contemporaneidade). Conclui-se que o estudo da Geografia da Religião e da Geografia Histórica nos leva ao entendimento de peculiaridades da religiosidade; auxiliando-nos a compreender como o judaísmo do séc. II a.C. que aparentemente; seria fechado ao diálogo com as culturas orientais pagãs, na verdade se serviu do hibridismo cultural para manter a sua identidade religiosa, resistindo às tentativas de unificação cultural, estando na figura da desterritorialização do culto o elemento chave para entendermos a nova espacialidade da adoração à divindade.

Biografia do Autor

Diego Lopes da Silva, Universidade de Brasília - UnB

Pós-Doutor em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGEO/UERJ). Doutor em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade de Brasília (PPGGEA/UnB), Mestre em História Social com ênfase em Orientalismo pelo Programa de Pós-Graduação em História (PPGHIS/UnB) pela mesma Instituição de ensino. Pesquisador do Laboratório de Geoiconografias e Multimídias da Universidade de Brasília (LAGIM/UnB), do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Espaço e Cultura vinculado a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (NEPEC/UERJ) e do Grupo de Filosofia da Religião da Universidade de Brasília (GPFR/UnB). A atual pesquisa desenvolvida tem como ênfase o conhecimento espaço-temporal da religião e cultura judaica e os seus símbolos de culto e tradições incorporadas do Oriente Antigo e resignificadas no processo de resistência cultural a dominação estrangeira. Atua como pesquisador nos seguintes temas: judaísmo helenístico, espaço sagrado da religião judaica na antiguidade, território religioso do Templo e literatura apocalíptica.

Downloads

Publicado

2017-06-18

Como Citar

Lopes da Silva, D. (2017). CONTINUUM PASSADO-PRESENTE E FUTURO E O TEMPLO COMO SIMBOLISMO CÊNTRICO: A RELAÇÃO DA IDENTIDADE COLETIVA JUDAICA COM SUA FORMA SIMBÓLICA ESPACIAL RELIGIOSA. Espaço E Cultura, (41), 18–42. https://doi.org/10.12957/espacoecultura.2017.45368

Edição

Seção

ARTIGOS