CONTINUUM PASSADO-PRESENTE E FUTURO E O TEMPLO COMO SIMBOLISMO CÊNTRICO: A RELAÇÃO DA IDENTIDADE COLETIVA JUDAICA COM SUA FORMA SIMBÓLICA ESPACIAL RELIGIOSA
Resumo
O presente artigo científico trata sobre a forma espacial do Templo como lugar sagrado, e que se tornou ao longo da história do povo um elo cultural em torno das suas práticas religiosas e também de resistência às sucessivas dominações que buscavam impor sua religião e seus costumes ao povo judeu. Os objetivos presentes na publicação visam compreender o processo de resistência cultural à dominação helenística e a forma simbólica espacial religiosa do Templo como elemento de coesão social, gerando no judeu o sentimento de pertencimento a sua nação - criação de uma identidade - através da religião e de aversão/resistência à tentativa de mudanças nos costumes religiosos e na ritualística em torno do território religioso sagrado do Templo. Busca-se a partir da ciência geográfica compreender a forma do Templo, como território religioso sagrado que serviu de construção (geo)simbólica de resistência cultural judaica à dominação estrangeira e preservação de sua identidade religiosa. Propõe-se neste estudo um modo de aproximar os campos científicos da Geografia, História e Ciências da Religião; assim como os subcampos da ciência geográfica especialmente as Geografias da Religião, Histórica e Cultural, que ao interagirem, podem nos fornecer elementos importantes para recriar e interpretar elementos passados que foram negligenciados, compreendendo a importância dos símbolos culturais e a força que exercem nas mentalidades – no caso desta tese, a “mentalidade judaica” (posto que a configuração simbólica de um território ambicionado trouxe, do passado, ecos até a contemporaneidade). Conclui-se que o estudo da Geografia da Religião e da Geografia Histórica nos leva ao entendimento de peculiaridades da religiosidade; auxiliando-nos a compreender como o judaísmo do séc. II a.C. que aparentemente; seria fechado ao diálogo com as culturas orientais pagãs, na verdade se serviu do hibridismo cultural para manter a sua identidade religiosa, resistindo às tentativas de unificação cultural, estando na figura da desterritorialização do culto o elemento chave para entendermos a nova espacialidade da adoração à divindade.
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PDFDOI: https://doi.org/10.12957/espacoecultura.2017.45368
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