Risco nutricional e complicações pós-operatórias em pacientes oncológicos
DOI:
https://doi.org/10.12957/demetra.2022.61445Palavras-chave:
Cirurgia oncológica. Desnutrição. Complicações pós-operatórias.Resumo
Introdução: A presença de desnutrição em pacientes oncológicos tem sido associada a um pior prognóstico. Assim, torna-se fundamental o rastreio do risco de desnutrição de forma precoce nestes indivíduos. Objetivo: Identificar a associação entre risco nutricional e presença de complicações pós-operatórias em pacientes oncológicos. Método: Trata-se de um estudo analítico, observacional, de caráter longitudinal, realizado com pacientes cirúrgicos oncológicos atendidos em um hospital universitário público no Nordeste brasileiro no período de outubro a dezembro de 2019. Foram coletadas em prontuário variáveis relacionadas a sexo, idade, risco nutricional, através do Nutritional Risk Screening-2002, além de variáveis cirúrgicas referentes a severidade, classificação temporal do procedimento, complicações pós-operatórias, tempo de internamento total e pós-operatório. Resultados: Foram incluídos 88 pacientes, dos quais 51,1% eram adultos e 64,8% do sexo feminino. Constatou-se risco nutricional em 28,4% (n=25) dos pacientes. Os procedimentos realizados foram, em sua maioria, cirurgias eletivas (83,1%) e de maior severidade (53,9%). As cirurgias realizadas com maior frequência foram miscelâneas, seguidas de intervenções da área de coloproctologia, urologia e cirurgias gástricas. Houve diferença significativa entre risco nutricional e o tempo de internamento total e pós-operatório (p<0,05). Após a intervenção cirúrgica, 11,4% (n=10) dos pacientes evoluíram com complicações, havendo uma significância marginal para a associação entre risco nutricional e dor no pós-operatório (p<0,10). Conclusão: O risco nutricional detectado no período pré-operatório contribuiu para a verificação de complicações álgicas no momento posterior ao procedimento cirúrgico e para a permanência hospitalar mais prolongada em pacientes oncológicos. Recomenda-se a adoção de métodos de rastreio nutricional para que intervenções apropriadas sejam implantadas precocemente.
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