OBESIDADE ABDOMINAL EM CRIANÇAS ESCOLARES: PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS

Autores

  • Natália Basso Ferrazzi
  • Ana Caroline Branco Leite
  • Doroteia Hofelmann Universidade do Vale do Itajaí

DOI:

https://doi.org/10.12957/demetra.2014.4851

Resumo

Estudo transversal objetivou estimar a prevalência de obesidade abdominal e verificar sua associação com variáveis demográficas, socioeconômicas, antropométricas, imagem corporal e comportamentos a ela relacionados em crianças e seus responsáveis. Foram sorteados alunos (n=717) de 22 escolas municipais do 4º e 5º anos de Itajaí, Santa Catarina. As variáveis foram coletadas por meio de questionário aplicado às crianças e aos responsáveis. Coletaram-se medidas de massa corporal, estatura e circunferência da cintura (indicador de obesidade abdominal). Razões de chance (RC) brutas, ajustadas e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%) foram calculados por meio de regressão logística não condicional. As análises foram ajustadas para o efeito do delineamento. Participaram da pesquisa 602 crianças (81,7%), com idade média de 9,9 anos. A prevalência de obesidade abdominal foi de 11,3% (IC 95%: 8,7-14,0%). Variáveis do responsável como renda média (RC: 3,7; IC 95%: 1,4-10,1) ou alta (RC: 2,6; IC 95%: 1,0-6,7), e presença de excesso de massa corporal (RC: 4,9; IC 95%: 1,2-20,2) estiveram associadas à maior prevalência de obesidade abdominal entre os escolares. A realização de dietas para reduzir massa corporal (RC: 3,9; IC 95%: 1,7-9,1) e a avaliação da saúde da criança pelos pais como regular ou ruim (RC 3,6 IC 95%, 1,0-13,2) estiveram associadas ao desfecho. Medidas de intervenção destinadas a reduzir a prevalência de obesidade abdominal entre as crianças investigadas devem incluir os pais.

DOI 10.12957/demetra.2014.4851

Referências

Van Hook J, Altman CE, Balistreri KS. Global patterns in overweight among children and mothers in less developed countries. Public. Health Nutr. 2012; 14:1-9.

Aussem A, Tchernof A, Morais SR, Rome S. Analysis of lifestyle and metabolic predictors of visceral obesity with Bayesian Networks. BMC Bioinformatics. 2010;11:487.

Garnett SP, Baur LA, Srinivasan S, Lee JW, Cowell CT. Body mass index and waist circumference in midchildhood and adverse cardiovascular disease risk clustering in adolescence. Am. J. Clin. Nutr. 2007; 86(3):549-55.

Haas GM, Bertsch T, Schwandt P. Trends of Components of the metabolic syndrome in german first graders throughout 10 years: the pep family heart study. Cholesterol. 2012; 2012:231962.

Weiss R, Bremer AA, Lustig RH. What is metabolic syndrome, and why are children getting it? Ann. NY Acad. Sci. 2013; 1281:123-40.

Pereira PF, Serrano HMS, Carvalho GQ, Lamounier JA, Peluzio MCG, Franceschini SC, Priore SE. Circunferência da cintura e relação cintura/estatura: úteis para identificar risco metabólico em adolescentes do sexo feminino?. Rev. Paul. Pediatr. 2011; 29(3):372-7.

Chrzanowska M, Suder A, Kruszelnicki P. Tracking and risk of abdominal obesity in the adolescence period in children aged 7-15. The cracow longitudinal growth study. Am. J. Hum. Biol. 2012; 24(1):62-7.

Kahn HS, Imperatore G, Cheng YJ. A population-based comparison of BMI percentiles and waist-to-height ratio for identifying cardiovascular risk in youth. J. Pediatr. 2005; 146(4):482-8.

Modi N, Murgasova D, Ruager-Martin R, Thomas EL, Hyde MJ, Gale C, et al. The influence of maternal body mass index on infant adiposity and hepatic lipid content. Pediatr. Res. 2011; 70(3):287-91.

Fernandes RA, Casonatto J, Christofaro DGD, Cucato GG, Oliveira ARd, Freitas Júnior IF. Fatores familiares associados à obesidade abdominal entre adolescentes. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant. 2009; 9(4):451-457.

United Nations. IDH que mede desigualdade aponta queda de 19% no país. Brasília: PNUD; 2011.

Barros F, Victora C. Epidemiologia da saúde infantil: um manual para diagnósticos comunitários. São Paulo: HUCITEC/UNICEF; 1998.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico 2000. Agregado por setores censitários dos resultados do universo. Rio de Janeiro: IBGE; 2003. p. 157.

Tiggemann M, Wilson-Barrett E. Children's figure ratings: relationship to self-esteem and negative stereotyping. Int. J. Eat. Disord. 1998; 23(1):83-8.

Lohman T, Roche A, Martorell R. Anthropometric standardization reference manual. Champaign: Human Kinetics Books; 1988.

Taylor RW, Jones IE, Williams SM, Goulding A. Evaluation of waist circumference, waist-to-hip ratio, and the conicity index as screening tools for high trunk fat mass, as measured by dual-energy X-ray absorptiometry, in children aged 3-19 y. Am. J. Clin. Nutr. 2000; 72(2):490-5.

World Health Organization. Growth reference 5-19 years. BMI-for-age (5-19 years). Geneva: WHO; 2010.

World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO consultation. Geneva: WHO; 2000. World Health Organ. Tech. Rep. Ser; 894.

Victora CG, Huttly SR, Fuchs SC, Olinto MT. The role of conceptual frameworks in epidemiological analysis: a hierarchical approach. Int. J. Epidemiol. 1997; 26(1):224-7.

Pinto IC, Arruda IK, Diniz Ada S, Cavalcanti AM. Prevalence of overweight and abdominal obesity according to anthropometric parameters and the association with sexual maturation in adolescent schoolchildren. Cad. Saúde Pública. 2010; 26(9):1727-37.

Minatto G, Pelegrini A, Silva DAS, Silva AFd, Petroski EL. Composição corporal inadequada em adolescentes: associação com fatores sociodemográficos. Rev. Paul. Pediatr. 2011; 29(4):553-9.

Wang Y, Lim H. The global childhood obesity epidemic and the association between socio-economic status and childhood obesity. Int. Rev. Psychiatry. 2012; 24(3):176-88.

Birch LL, Fisher JO. Development of eating behaviors among children and adolescents. Pediatrics. 1998; 101(3 Pt 2):539-49.

Davison KK, Markey CN, Birch LL. Etiology of body dissatisfaction and weight concerns among 5-year-old girls. Appetite. 2000; 35(2):143-51.

Vander Wal JS, Thelen MH. Eating and body image concerns among obese and average-weight children. Addict. Behav. 2000; 25(5):775-8.

McCabe MP, Ricciardelli LA. Body image and strategies to lose weight and increase muscle among boys and girls. Health Psychol. 2003; 22(1):39-46.

McCabe MP, Ricciardelli LA. A prospective study of pressures from parents, peers, and the media on extreme weight change behaviors among adolescent boys and girls. Behav. Res. Ther. 2005; 43(5):653-68.

Ricciardelli LA, McCabe MP. Children's body image concerns and eating disturbance: a review of the literature. Clin. Psychol. Rev. 2001; 21(3):325-44.

Carvalho AMP, Cataneo CC, Galindo EMCG, Tomain C. Auto-conceito e imagem corporal em crianças obesas. Paidéia. 2005; 15(30):131-139.

Sant'Anna M, Priore S, Franceschini S. Métodos de avaliação da composição corporal em crianças. Rev. Paul. Pediatr. 2009; 27(3):315-321.

Publicado

2013-11-03

Como Citar

Ferrazzi, N. B., Leite, A. C. B., & Hofelmann, D. (2013). OBESIDADE ABDOMINAL EM CRIANÇAS ESCOLARES: PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS. DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde, 9(1), 53–69. https://doi.org/10.12957/demetra.2014.4851

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS