Apresentação

Autores

  • José Cláudio Siqueira Castanheira
  • Patrícia Pereira

DOI:

https://doi.org/10.12957/contemporanea.2009.280

Resumo

Neste momento, em que a necessidade de um diploma ou mesmo de formação superior específica para o exercício da profissão de jornalista é questionada por alguns setores da sociedade, precisamos, antes de tudo, olhar com mais atenção para esta área e, de uma maneira mais abrangente, para os estudos da comunicação. Não há consenso a respeito dos limites e das metodologias próprias do campo comunicacional que se vê ameaçado por uma fragmentação.

Uma visão tecnicista do jornalismo tende a considerá-lo como prá tica vinculada a um meio ou a um determinado conjunto de tecnologias específico. Nada mais enganoso do que acreditar que, em um mundo cada vez mais atravessado por novos e complexos ambientes midiáticos, as formas de se produzir e consumir notícias seriam as mesmas. A questão não seria aqui a de aplicar a novas tecnologias fórmulas surradas próprias para modelos antigos, mas sim repensar o fazer jornalístico sob um ponto de vista mais amplo, levando em conta, necessariamente, questões mais abrangentes da comunicação.

Não por acaso esta edição da Contemporânea traz as reflexões de di versos pesquisadores sobre a produção jornalística, sem deixar de entrever especificidades de outros campos de estudo, tão importantes à nossa cara e, às vezes, mal compreendida interdisciplinaridade. Dessa forma, podemos experimentar o fazer jornalístico sob uma ótica etnográfica, como no caso do texto de Silvia Garcia Nogueira, ou perceber os modelos de construção dos atores políticos no trabalho de Kleber Mendonça ou da figura do “he rói desportivo” no artigo de Ronaldo Helal, Álvaro do Cabo e Ronaldo Galvão Marques.

A prática jornalística também está presente no relato sobre o Portal PUC-Rio digital, de Ivana Barreto, Carla Rodrigues e Marcelo Kischinhevsky e no trabalho sobre a produção jornalística realizada por presidiários, descrita por Flora Daemon. Completa este nosso quase dossiê sobre visões contemporâneas do jornalismo a análise dos enquadramentos noticiosos feitos pelas revistas Veja Época para a tragédia de Santa Catarina em 2008.

Mas, para abrir um pouco o leque dos temas tratados nesta edição, trazemos estudos de assuntos diversos: desde uma pequena história da ra diografia, passando pelo cinema, pela fotografia e mesmo pelo discurso científico em anúncios publicitários de alimentos. Aproveitemos a leitura para refletir mais atentamente sobre o papel não apenas do jornalismo, mas de todas as práticas e recortes possibilitados pelo campo da comunicação.

Boa leitura!

José Cláudio S. Castanheira e Patrícia Pereira
Editores Executivos

Biografia do Autor

José Cláudio Siqueira Castanheira

Mestranda em Comunicação Social pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ.

Patrícia Pereira

Mestranda em Comunicação Social pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ.

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Publicado

2010-02-24

Edição

Seção

Apresentação