CORPO, CULTURA E SAÚDE / BODY, CULTURE AND HEALTH

Resumo

Entrevistado: Francisco Romão Ferreira

Entrevista conduzida por Maria Cláudia da Veiga Soares Carvalho

Francisco Romão Ferreira é sociólogo, mestre em História da Arte, doutor em Ciências. Atualmente trabalha como pesquisador visitante no Instituto Oswaldo Cruz / FIOCRUZ e é um dos coordenadores do Curso de Especialização em Ciência, Arte e Cultura na Saúde. Nesta entrevista conversamos com ele sobre sua tese e doutorado, intitulada Os sentidos do corpo: cirurgias estéticas, discurso médico e saúde pública.

Ceres – O que te motivou a trabalhar com cirurgias plásticas?

Francisco - O interesse não era necessariamente trabalhar com as cirurgias plásticas. O que eu queria estudar era a construção da subjetividade acerca do corpo. Queria entender melhor como se dá essa construção de sentidos, e as cirurgias serviram como objeto de estudo, mas poderia ter estudado a anorexia, a obsessão com a forma física ou as marcas corporais, tatuagens ou piercings.

A cirurgia é o sonho de consumo de muitas pessoas em diferentes classes sociais, e me chamava a atenção a forma como um procedimento cirúrgico complexo era tratado de forma banal, tanto pelo público leigo como por alguns profissionais de saúde e pela mídia. No senso comum, a cirurgia plástica representa um procedimento rápido, simples, sem riscos e sem traumas.