CASA, CORPO, PALAVRA: SUBVERSÃO ESPACIAL SOB PERSPECTIVA FILOSÓFICA, EM A OBSCENA SENHORA D, DE HILDA HILST

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Ana Yanca da Costa Maciel

Resumo

Para demonstrar a subversão no espaço da casa, corpo e palavra, a partir das imagens poéticas tecidas pela personagem Hillé, em A obscena senhora D ([1982] 2001), de Hilda Hilst (1930-2004), optou-se pela terminologia da Topoanálise de Gaston Bachelard, em A poética do espaço ([1957] 1988), cuja perspectiva privilegia a vivência do espaço para além da objetificação. Para complementar o estudo da casa, usou-se os estudos de Elódia Xavier (2012), por se tratar de uma narrativa de autoria feminina, demonstrando que a protagonista da trama reconfigura o espaço doméstico, pois não se detém às tarefas comumente atribuídas à mulher. Desta maneira, usa-se como apoio a filosofia feminista, tendo como referência Ivone Gebara (2017), para refletir sobre o modo como o corpo feminino foi privado da vida intelectual, por estar enclausurado no espaço doméstico. Nesse sentido, propõe-se que a trama não é esvaziada devido à ausência do cenário descritivo e geográfico em que habita a protagonista, mas todo corpo fala de algum lugar e está em algum lugar. Para isto, usa-se as contribuições de Michel Foucault (1986), em De outros espaços. Sendo assim, defende-se a perspectiva filosófica que compreende o reconhecimento da importância dos afetos ao lado da razão, leitura possível através das personagens no espaço.

Detalhes do artigo

Como Citar
Maciel, A. Y. da C. (2021). CASA, CORPO, PALAVRA: SUBVERSÃO ESPACIAL SOB PERSPECTIVA FILOSÓFICA, EM A OBSCENA SENHORA D, DE HILDA HILST. Caderno Seminal, (39). https://doi.org/10.12957/seminal.2021.58924
Seção
Escrita de Mulheres: prosa em língua portuguesa e comparatismos
Biografia do Autor

Ana Yanca da Costa Maciel, UNIR

Ana Yanca da Costa Maciel é Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários-PPG/MEL da UNIR, campus Porto Velho, com bolsa concedida pela CAPES. Sua trajetória na pesquisa tem como pauta a interseção entre literatura e filosofia, em perspectiva feminista. No ano de 2019, escreveu o projeto, idealizado coletivamente, intitulado Clube das Escritoras de Rondônia, com o objetivo de alavancar a visibilidade da literatura de autoria feminina no cenário cultural rondoniense. Esse projeto foi contemplado, em 2020, com o edital Lei Aldir Blanc, que possibilitou a impressão e distribuição do e-book Primeira Fagulha. Atualmente movimenta o Dossiê LiterAmazônicas, que é um ativismo literário, espaço de partilha para pesquisadoras e escritoras nascidas ou situadas na região Norte do Brasil. Lattes: http://lattes.cnpq.br/9582913386364951 - E-mail: anacmaciel3@gmail.com