AS PRINCESAS AFRICANAS NA LITERATURA JUVENIL: DO BRANQUEAMENTO SILENCIADOR AO PROTAGONISMO QUESTIONÁVEL

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Daniela Maria Segabinazi
Renata Junqueira de Souza
Jhennefer Alves Macêdo

Resumo

As narrativas populares têm sido contados e recontados durante séculos, suas histórias continuam a enriquecer o imaginário de crianças e jovens que se deleitam nos encantamentos das narrativas de princesas, como Cinderela. Através da leitura desses clássicos nota-se que os traços europeus sempre direcionaram a caracterização da imagem das princesas, bem como a estrutura dessas narrativas na literatura brasileira. Com o intuito de buscar um distanciamento desse padrão tradicional, têm surgido narrativas contemporâneas que propagam o mundo encantado das princesas a partir de um novo modelo de contos de fadas; dessa vez as princesas são negras e algumas desconhecidas em decorrência do longo processo de branqueamento que se consolidou durante séculos nas narrativas clássicas. Diante da relevância das questões expostas, o presente artigo investiga as recentes publicações em que princesas negras são protagonistas nos enredos literários. Realiza uma análise comparativa entre os contos de fadas, do século XIX, e as narrativas contemporâneas, particularmente Cinderela e Chico Rei (2015), a partir de um estudo acerca dos elementos estéticos que constituem essas obras, como a originalidade das temáticas que as norteiam e os textos visuais que apresentam. Para dar suporte a essa discussão, recorremos a teóricos como Coelho (1991); Machado (2002); Oliveira (2008), Duarte (2008), Debus (2012) e Faria (2012). O resultado das análises evidenciam um (re)conhecimento da memória africana e um protagonismo das princesas negras apenas por um reconhecimento da cor de pele.

Detalhes do artigo

Como Citar
Segabinazi, D. M., Souza, R. J. de, & Macêdo, J. A. (2017). AS PRINCESAS AFRICANAS NA LITERATURA JUVENIL: DO BRANQUEAMENTO SILENCIADOR AO PROTAGONISMO QUESTIONÁVEL. Caderno Seminal, 27(27). https://doi.org/10.12957/cadsem.2017.28039
Seção
Dossiê - Falar de África, em língua portuguesa, na literatura, no teatro, no cinema, na televisão, no ciberespaço
Biografia do Autor

Daniela Maria Segabinazi, Universidade Federal da Paraíba. UFPB/CAMPUS I

Daniela Maria Segabinazi¹, doutora em Letras pela UFPB (2011), vinculado a área de Literatura, Cultura e tradução, linha de Estudos literários da Idade Média ao Século XIX. Atualmente integra o quadro de professores da UFPB, com dedicação exclusiva e é líder do Grupo de Pesquisa: Estágio, ensino e formação docente (http://www.ufpb.br/geef). Também é membro do GT Literatura e Ensino, da ANPOLL. Tem experiência na área de Letras e Pedagogia, com ênfase em Literatura infanto juvenil, literatura brasileira, ensino de literatura, estágio supervisionado e formação de professores; atuando principalmente nos seguintes temas: práticas pedagógicas, literatura e ensino, literatura infantil e juvenil, leitura e letramento literário. E-mail: dani.segabinazi@gmail.com.

Renata Junqueira de Souza, UNESP - PRESIDENTE PRUDENTE

Renata Junqueira de Souza², doutorado em Letras pela Universidade UNESP (2000) e é livre-docente pela mesma Instituição (2012) no conjunto das disciplinas Conteúdos, Metodologia e Prática de Ensino de Língua Portuguesa I e II e Leitura, Literatura e Interpretação de Textos no Processo de Formação de Professores. Atualmente é professor visitante da Universidade do Minho e professor assistente doutor da UNESP. Também é professora colaboradora no Programa de Pós-graduação em Letras da UFES, desde 2015. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino-Aprendizagem, atuando principalmente nos seguintes temas: leitura, formação de leitores, literatura infantil, literatura e formação de professores, estratégias de leitura. E-mail: recellij@gmail.com

Jhennefer Alves Macêdo, UFPB/PPGL

Jhennefer Alves Macêdo³, graduada em Letras (Habilitação em Língua Portuguesa) pela UFPB. Atualmente aluna de Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da mesma instituição, vinculado à área de Literatura, Cultura e Tradução, seguindo a linha de Estudos Literários da Idade Média ao Século XIX. Membro do Grupo de Pesquisa Estágio, ensino e formação docente (http://www.ufpb.br/geef), na linha de Literatura infantil e juvenil, leitura e ensino. E-mail: jhenneferufpb@outlook.com