O DIABO NÃO FOI CONVIDADO: CONTO FANTÁSTICO E TRADIÇÃO QUEBEQUENSE

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Ana Luiza Ramazzina GHIRARDI

Resumo

Quando parte do Canadá ainda se chamava Nova França, a língua francesaencontrava entraves para se consolidar em sua forma escrita e, por isso, a literaturaquebequense conheceu um nascimento tardio. Por aproximadamente um século,ela se confina quase totalmente à dimensão oral, conhecendo suas primeirasmanifestações escritas apenas quando seu povo começa a resgatar da memóriaancestral canções, contos e lendas. No século XIX, essa literatura escrita revelauma nova figura narrativa, a do contador. Este é um simples e fiel transcritor queadapta histórias criadas pela imaginação popular, ocorridas na França ou nacolônia. Elas são objeto de crença popular e revelam o fantástico e o maravilhoso,descrevendo personagens quotidianos como símbolo de uma cultura que existe eque resiste. Este artigo se propõe a percorrer brevemente a história do Quebec everificar como, inicialmente, prevaleceram as narrativas orais. Em seguida, mostra odesejo de um povo de estabelecer uma literatura escrita, literatura que irá resgatarhistórias do universo oral. Como fio condutor, analisa-se o Conte Populaire deCharles Laberge sob a ótica de Propp (2010) e se sugere como essa mudançada literatura oral para a escrita impactou a criação de uma linguagem fantástica.

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Como Citar
GHIRARDI, A. L. R. (2014). O DIABO NÃO FOI CONVIDADO: CONTO FANTÁSTICO E TRADIÇÃO QUEBEQUENSE. Caderno Seminal, 17(17). https://doi.org/10.12957/cadsem.2012.10998
Seção
Dossiê - Literatura Fantástica: Vertentes teóricas e ficcionais do insólito