O GÓTICO E O NARRADOR NÃO NATURAL EM “MEMÓRIAS DE UMA FORCA” DE EÇA DE QUEIRÓS
Resumo
Diferentemente do que ocorreu na Inglaterra, de acordo com Maria Leonor Machado de Sousa (1979), a literatura gótica em Portugal é uma tradição timidamente explorada pelos escritores ao longo dos anos. Todavia, a ideia não exclui o fato de que grandes escritores, como Eça de Queirós (1845-1900) tenham dialogado com essa estética. Considerando a narrativa curta “Memórias de uma forca”, publicada por Eça em 1867 e coligida no volume póstumo Prosas Bárbaras, de 1903, o objetivo deste estudo é analisar a presença de elementos góticos na composição do texto, mais especificamente, a voz narrativa incomum que conduz o enredo, a própria forca que dá título à ficção. Assim, averiguar-se-á de que modo essa narradora configura-se como uma voz narrativa “não natural” encontrada na literatura oitocentista. Para tanto, considerar-se-á as proposições de Richardson (2006, 2012) e Alber (2011) sobre a narratologia e as unnatural voices, bem como as reflexões críticas de Stevens (2000), Punter e Byron (2004) e França (2017) sobre o gótico.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFDOI: https://doi.org/10.12957/abusoes.2022.66353
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Revista Abusões
e-ISSN: 2525-4022