JACQUES CHESSEX: O ESCRITOR-VAMPIRO DE ROPRAZ

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Ana Amelia Gonçalves da Costa

Resumo

Em Le vampire de Ropraz (2007), livro do escritor suíço de língua francesa Jacques Chessex (1934-2009), a condição da falência da memória enquanto lugar da expiação histórica é construída através da imortalidade do vampiro, que expressa, por outro lado, uma crise perene do fazer literário, crise essa que deve ser compreendida no sentido positivo de renovação. O questionamento, em Jacques Chessex, é sinônimo de ironia, traço marcante em muitos de seus escritos. No caso de Le vampire de Ropraz é parodiando o estilo romântico que Jacques Chessex tece sua crítica à hipocrisia e ao não-dito, mergulhando a paisagem helvética em uma imagem lúgubre e escamoteada. O vampiro da obra chessexiana não tem o arquétipo do personagem folclórico, distanciando o romance de uma obra de literatura fantástica. É a simbologia da exclusão, entretanto, que transfigura o protagonista no perfeito vampiro, no jogo simbólico de uma ambiguidade traduzida, pelo autor, em ruptura e transcendência identitárias.

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Como Citar
Costa, A. A. G. da. (2019). JACQUES CHESSEX: O ESCRITOR-VAMPIRO DE ROPRAZ. Abusões, 9(9). https://doi.org/10.12957/abusoes.2019.40799
Seção
As metamorfoses do vampiro na literatura e na cultura