AMBIGUIDADES DO VAMPIRO NA LITERATURA OITOCENTISTA

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Juliana de Souza Topan

Resumo

O vampiro é uma personagem mítica e literária que, nas últimas décadas, esteve presente em obras literárias, televisivas e cinematográficas de grande sucesso de público, como os filmes Drácula de Bram Stoker (1992) e Entrevista com o vampiro (1994), a série televisiva Buffy, a caça-vampiros (1997-2003) e a saga Crepúsculo, de Stephenie Meyer (2005-2008). Analisando narrativas vampirescas contemporâneas, David Roas aponta uma “domesticação” ou “naturalização do monstro”, já que vampiros convivem com humanos e se convertem em “mais uma raça ou espécie”, entre tantas no mundo. Roas identifica que o processo de humanização da figura do vampiro e a atenuação de seus aspectos monstruosos teriam se iniciado com a publicação de Entrevista com o vampiro (1976), de Anne Rice, a partir da caracterização de Louis como um vampiro belo, sensível e culpado por matar pessoas. Entretanto, ao analisar poemas e narrativas do final do século XVIII e do século XIX, o presente artigo pretende explicitar que tal processo se inicia muito antes, na transição da personagem vampiresca do universo mítico para obras literárias. Conclui-se, a partir da análise dos poemas Christabel, de Coleridge (1795) e A noiva de Corinto, de Goethe (1797), do conto A morta amorosa, de T. Gautier (1836), e dos romances Carmilla, a vampira de Karstein, de S. Fanu (1874) e Drácula, de B. Stoker (1897), que, desde o século XVIII, encontra-se uma ambiguidade na caracterização dos vampiros em obras literárias, nas quais se encontra uma alternância entre a descrição humanizada e monstruosa dos vampiros.

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Como Citar
de Souza Topan, J. (2019). AMBIGUIDADES DO VAMPIRO NA LITERATURA OITOCENTISTA. Abusões, 9(9). https://doi.org/10.12957/abusoes.2019.40789
Seção
As metamorfoses do vampiro na literatura e na cultura
Biografia do Autor

Juliana de Souza Topan, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)/ Instituto Federal de São Paulo (IFSP)

Mestre em Educação, doutoranda em Teoria e  História Literária na UNICAMP e professora no IFSP, campus São Paulo Pirituba, onde atua na graduação em Letras, nas áreas de Literaturas em Língua Portuguesa, Literatura Infantil e Literatura Juvenil. É membro do CELTA (Centro de Estudos de Literatura, Teorias do fenômeno religioso e Artes, IEL/UNICAMP) e do LINTEC (Grupo de Pesquisa em Linguagem, Tecnologia e Cultura, IFSP). Áreas de interesse e pesquisa: literatura brasileira; mitologia e literatura; literatura infantil; literatura juvenil; ensino de literatura. CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/3328777524800655. E-mail: juliana.topan@ifsp.edu.br.