A REPRESENTAÇÃO DO OUTRO NO CINEMA FANTÁSTICO: O CASO DE A FORMA DA ÁGUA (2017), DE GUILLERMO DEL TORO

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Gabriela Spinola Silva
Alexander Meireles da Silva

Resumo

Desde a sua gênese, o Cinema tem servido como veículo para a manifestação das ânsias que consomem as mais diversas sociedades que dele se valem. Uma das mais peculiares formas dessas manifestações é o Cinema Fantástico – no qual, através da apresentação de criaturas monstruosas ou maravilhosas, submundos incríveis, universos paralelos e galáxias distantes, é possível ver a inserção do Outro e das visões que os respectivos realizadores dos filmes (tais quais a sociedade em que estivessem inseridos) têm a respeito destes (INAYATULLAH e BLANEY, 2004; TODOROV, 1999). Um exemplo desta questão, logo nos primórdios da sétima arte, é o clássico Viagem à Lua (1902), de Georges Méliès, o qual traz os selenitas – as criaturas que habitam a Lua – trajando vestimentas tribais, lanças e expressões similares a demônios, em uma escolha de indumentária remetente aos nativos das colônias francesas na África no final do século XIX e início do século XX. Desta forma, o presente artigo busca discorrer sobre a representação do Outro ao longo da história do cinema mainstream ocidental, e traçar uma análise a respeito de como todos os personagens do filme A forma da água (2017), de Guillermo del Toro, em especial a criatura anfíbia monstruosa no centro da narrativa, refletem tais questões acerca da alteridade.

Detalhes do artigo

Como Citar
Silva, G. S., & da Silva, A. M. (2019). A REPRESENTAÇÃO DO OUTRO NO CINEMA FANTÁSTICO: O CASO DE A FORMA DA ÁGUA (2017), DE GUILLERMO DEL TORO. Abusões, 8(8). https://doi.org/10.12957/abusoes.2019.38159
Seção
Seres maravilhosos na ficção de todos os tempos
Biografia do Autor

Gabriela Spinola Silva, Universidade Federal de Goiás - Regional Catalão

Bacharel em Tradução pela Universidade Federal de Uberlândia (2017), atualmente mestranda em Estudos da Linguagem na UFG/RC, com pesquisa sobre tradução intersemiótica. Seus trabalhos mais pertinentes são: “Pelo direito de desobedecer: o filme 'Disobedience', de Sebastián Lelio, como tradução intersemiótica do livro homônimo de Naomi Alderman”, apresentado em simpósio na III Feira Literária de Catalão e I Congresso de Leitura e Literatura Contemporânea (2018); e “O palavrão em Deadpool: Uma análise comparativa entre legendas oficiais e legendas de fãs”, apresentado em conjunto com Francine de Assis Silveira na XXXVII Semana do Tradutor e II Simpósio Internacional de Tradução (2017). Participante do grupo de pesquisa “Do Fantástico aos fantásticos: Facetas do Insólito na Contemporaneidade”. Áreas de interesse de pesquisa são Tradução Audiovisual, Tradução Intersemiótica, e Literatura Fantástica.

Alexander Meireles da Silva, Universidade Federal de Goiás - Regional Catalão

Doutor em Literatura Comparada (UFRJ). Está vinculado a UFG-Regional Catalão, onde atua na Graduação em Letras – Curso de Português, Curso de Português e Inglês e no Mestrado em Estudos da Linguagem. Produção bibliográfica: Capítulo de livro – a modernidade monstruosa de H. P. Lovecraft em A sombra de Innsmouth” (As nuances do gótico: do setecentos à atualidade / 2017); Capítulo de livro – “A nossa guerra dos mundos: H. G. Wells e a marginalização do povo no Fantástico brasileiro” (Tessituras literárias: Cultura, identidade e outras artes / 2017); Livro - Literatura Inglesa para brasileiros: curso completo de literatura e cultura inglesa para estudantes brasileiros (2005). É Membro do Grupo de Pesquisa Estudos do Gótico; Membro do Grupo de Pesquisa Nós do Insólito; Membro do GT ANPOLL Vertentes do Fantástico Ficcional. Suas áreas de interesse de pesquisa se concentram na Fantasia, Gótico, Horror, Ficção Científica e Weird Fiction.