“Se pudesse ressurgir, viria como o vento”. Narrativas da dor: corporalidade e emoções na experiência da travestilidade

Autores/as

  • Adrianna Figueiredo

Palabras clave:

travestilidade, corporalidade, emoções, dor, sexualidade

Resumen

Resumo: O artigo se propõe a avaliar, através da pesquisa empírica feita com um grupo de sete travestis, dos 23 aos 40 anos, residentes na cidade de Recife (PE), como são realizadas e reinventadas as táticas de modificações corporais vividas como elementos centrais de identificação emocional na experiência da travestilidade. Por meio das narrativas da dor, procura-se perceber como são agenciadas duas linguagens nas redes afetivas das travestis, formuladas de acordo com uma dupla qualificação da dor. Segundo o que chamamos de linguagem de satisfação, nota-se que a dor, os riscos e o perigo imbricados nos procedimentos metamórficos de autoconstrução corporais, quando postos em contraponto com a satisfação de seus resultados, são significados como insuficientes diante do desejo de transformação. Em contraste, a linguagem política, em que se utiliza um expediente comum, baseado nas compartilhadas histórias de abjeções sociais, faz uso do conteúdo simbólico de negatividade e desfavor da dor quando se trata de significar emocionalmente seus relacionamentos com a sociedade mais ampla.    

Palavras-chave: travestilidade; corporalidade; emoções; dor; sexualidade


"Si pudiese resurgir, vendría como el viento". Narrativas del dolor: corporalidades y emociones en la experiencia de la travestilidad

Resumen. Este artículo aborda –a partir de una investigación empírica realizada con un grupo de siete travestis, de entre 23 y 40 años de edad, residentes en la ciudad brasileña de Recife, en Pernambuco– cómo se realizan y reinventan tácticas de modificaciones corporales, vividas como elementos centrales de la identificación emocional en la experiencia de la travestilidad. Las narrativas del dolor ilustran cómo, en las redes afectivas de las travestis, dos lenguajes son agenciados formulados por vía de una doble cualificación del dolor. Dentro de lo que llamamos lenguaje de satisfacción, advertimos que el dolor, los riesgos y el peligro imbricados en los procedimientos metamórficos de auto-construcción corporal, cuando son colocados en contrapunto con la satisfacción de sus resultados, significan poco frente al deseo de transformación. En contraste, el lenguaje político, basado en historias compartidas de abyección social, cuando trata de significar emocionalmente sus relaciones con la sociedad más amplia, se vale de un recurso común: el uso del contenido simbólico de negatividad y ominosidad del dolor.

Palabras-clave: travestilidad; corporalidad; emociones; dolor; sexualidad


“If i could ressurect, i would come as the wind”. Narratives of pain: embodiment and emotions in transvesti experience

Abstract. Based on empirical research with a group of seven transvestis, ages 23 to 40, residents of the city of Recife, Pernambuco, Brazil, this article addresses the way tactics of body modification are performed, re-invented, and lived as central elements of emotional identification in the transvesti experience. Narratives of pain illustrate the operation of two languages in transvestis’ networks of affection, formulated by a dual qualification of pain. Within what we call a ‘language of satisfaction,’ the pain, risks and danger involved in metamorphic procedures of body self-construction mean little vis-à-vis the satisfaction brought by their results, in face of the desire for transformation that moves them. In contrast, a ‘political language,’ based on shared histories of social abjection, makes use of the negative symbolic content of pain as ominous to signify travestis’ relation with the larger society.

Keywords: Transvesti; Embodiment; Emotions; Pain; Sexuality

Biografía del autor/a

Adrianna Figueiredo

Bacharel em Ciências Sociais  e Mestre em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente coordenadora de pesquisa da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco- Fundarpe.

Publicado

2011-07-31

Número

Sección

Artículos