Tonalidades afetivas fundamentais e o deslocamento do humano em Heidegger

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DOI:

https://doi.org/10.12957/ek.2020.39841

Resumo

A partir do pensar do outro princípio em Heidegger, a tentativa neste texto é instaurar uma relação entre tonalidades afetivas (Stimmungen) e o deslocamento do homem da zona do ente à dimensão do seer. Para tanto, refletimos sobre a transição ontológica que retira este homem do mundo das representações técnicas e o insere na dimensão da verdade originária, a fim de demonstrar a sua real condição existencial na qual sempre está situado: condição de finitude. As meditações fenomenológicas de Heidegger revelam a situação indigente na qual todo e qualquer ente humano está. Indigência, contrária a qualquer juízo negativo, significa o reconhecimento do ser-aí (o ente deslocado) de que a sua existência é fundamentada pelo acontecimento abissal do seer. Por outro, o esquecimento dessa verdade lança o homem na ausência de indigência, isto é, na falta de consciência de pobreza e finitude, uma vez que se autodeclara fundamento de si mesmo. Nesse sentido, podemos dizer que tal esquecimento é o que caracteriza o pensamento do primeiro princípio no Ocidente.

Biografia do Autor

Rodrigo Amorim Castelo Branco, Universidade de Brasília

Doutorando em Filosofia na Universidade de Brasília - UnB. Mestre em Filosofia pela Universidade de Brasília - UnB (2018). Licenciado em Filosofia pela Universidade Católica de Brasília - UCB (2011). Estuda a questão das modulações metafísicas na história da filosofia a partir da fenomenologia de Heidegger. Temas de interesse: a essência da verdade no pensamento grego, predicação e cálculo na modernidade e os contramovimentos à metafísica na contemporaneidade. Na tese de doutorado (Gelassenheit: o traço essencial do pensamento heideggeriano) discuto sobre o sentido originário de Gelassenheit, demonstrando de que modo ela é a disposição fundamental do pensamento de Heidegger e como perpassa as suas meditações acerca do desvelamento da verdade grega até as suas reflexões relativas ao esquecimento e ao encobrimento do ser que se dão na história do pensamento ocidental até a era nuclear.

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Publicado

2020-07-01

Como Citar

Castelo Branco, R. A. (2020). Tonalidades afetivas fundamentais e o deslocamento do humano em Heidegger. Ekstasis: Revista De Hermenêutica E Fenomenologia, 9(1), 64–83. https://doi.org/10.12957/ek.2020.39841