CONTEXTO GEOLÓGICO E FLUVIAL NO CONTATO DA DEPRESSÃO RIO POMBA COM O PLANALTO JUIZ DE FORA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/geouerj.2025.82944

Palavras-chave:

Estrutura geológica, Captura fluvial, Nível de base local, Processos erosivos, Evolução da paisagem

Resumo

A formação de escarpas morfológicas no sudeste brasileiro alterou a organização e a dinâmica hidrológica e erosiva dos sistemas de drenagem pelo rebaixamento do nível de base regional. As bacias que possuem os níveis de base altimetricamente mais baixos comandam sua evolução. A bacia do rio Paraíba do Sul possui diversos níveis de base locais em seus diferentes trechos fluviais. O objetivo deste trabalho é descrever a relação entre a geologia local e a geomorfologia, entendendo a relação com os caminhos da rede de drenagem dos sistemas de captura fluvial de três das principais bacias do rio Novo, afluente do rio Pomba, que estabelecem contato erosivo com o planalto Juiz de Fora. Constou-se que a rede de drenagem se encaixa no substrato geológico; as zonas de fraqueza se apresentam como caminhos para os canais fluviais; os rios obedecem à orientação geológica principal, SO-NE e NO-SE. Nota-se mudanças abruptas de direção da drenagem, presença de divisores rebaixados e platôs suspensos.

Palavras-chave: Estrutura geológica. Captura fluvial. Nível de base local. Processos erosivos. Evolução da paisagem.

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Biografia do Autor

Rafaela Teixeira Paula, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Pesquisadora de Pós-Doutorado no Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), no projeto "Eventos Extremos e seus impactos na cidade de São Paulo em face à crise climática atual". Doutora em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Mestre em Geografia pelo Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e bacharela em Geografia pela mesma instituição, com período sanduíche na Universidade Agostinho Neto (UAN), Luanda, Angola. Atuou como tutora no curso de Especialização em Geoprocessamento da Universidade Federal do ABC (UFABC) em parceria com a Universidade Aberta do Brasil (UAB). Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geoprocessamento, Geografia Física, Geologia, Pedologia, Geomorfologia e Riscos ambientais.

Marcelo Motta de Freitas, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio

Pesquisador da PUC Rio na área de Geomorfologia, professor dos cursos de Mestrado em Geografia, graduação em Geografia e Arquitetura da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio. 20 anos de formado com titulação de Doutorado em 2003. Envolvimento em Projetos de intervenção em manejo de paisagem para conservação, recuperação de áreas degradadas, reflorestamento e controle erosivo de encostas, projetos de pesquisa e diagnósticos ambientais e planejamento territorial e energético. Especialidade na relação Geomorfologia x Geologia, Erosão de Encostas e Manejo de Paisagem.

Rodrigo Wagner Paixão Pinto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Doutor em Geografia pela PUC-Rio com ênfase em Transformação da Paisagem (2020); Mestre em Geografia pela Puc-Rio (2015); Bacharel e Licenciado em Geografia pela PUC-Rio (2011). Pós-Doutorando em Geociências vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Geociências da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Professor Adjunto do Departamento de Geografia Física da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Membro do Grupo de Pesquisa MorfoTEKTOS atuando nas linhas de controle estrutudal do relevo, Geodinâmica da Plataforma Sul-Americana entre o Cretáceo e o Holoceno, Geomorfologia, mudanças ambientais e recursos hídricos. Tem experiência na área de Geociências com ênfase em Geografia Física, Geomorfologia e Geologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Evolução Geomorfológica, Movimentos de Massa, reordenamento de drenagem e Mapeamentos Geomorfológicos.

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Publicado

2025-06-30

Como Citar

TEIXEIRA PAULA, Rafaela; MOTTA DE FREITAS, Marcelo; WAGNER PAIXÃO PINTO, Rodrigo. CONTEXTO GEOLÓGICO E FLUVIAL NO CONTATO DA DEPRESSÃO RIO POMBA COM O PLANALTO JUIZ DE FORA. Geo UERJ, Rio de Janeiro, v. 47, 2025. DOI: 10.12957/geouerj.2025.82944. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/geouerj/article/view/82944. Acesso em: 26 jul. 2025.