Um estádio com barreiras:
a reabertura de São Januário e os impactos sobre os trabalhadores ambulantes
DOI:
https://doi.org/10.12957/espaoecultura.2025.88479Resumo
Inaugurado em 1927, o estádio de São Januário, inserido na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, já foi muito desdenhado por conta da sua localização vizinha à favela da Barreira do Vasco. Em junho de 2023, em decisão judicial com fortes expressões preconceituosas, o equipamento esportivo do Club de Regatas Vasco da Gama foi interditado e a segurança foi a grande justificativa para tal processo. Três meses após o fechamento, a reabertura foi comemorada após longa discussão sobre como a interdição do estádio causava uma forte consequência no comércio local. Paradoxalmente, a abertura presenciou um novo impedimento, dessa vez voltado para os ambulantes, que encontraram uma barreira que impossibilitava o seu trabalho em determinados espaços nos arredores do estádio. A partir do conceito de espaço cinzento de Goren Yiftachel e revisões bibliográficas, análise do Termo de Ajustamento de Conduta, idas ao campo e entrevistas, o presente trabalho busca analisar os impactos sofridos por esses trabalhadores, que viram os espaços serem interditados a eles, enquanto o espaço liberado, sem normas e barreiras, era o único possível para suas vendas. Por conta dessa análise, é possível vislumbrar um possível aumento desta problemática a partir da possibilidade de reforma do estádio, que, por sua vez, poderia causar uma aceleração no processo de exclusão desse entorno como um todo, trazendo ainda mais danos para os ambulantes.
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