OS MAPAS JORNALÍSTICOS SOBRE AS UNIDADES DE POLÍCIA PACIFICADORA COMO REPRESENTAÇÃO VISUAL DO FAVELISMO
DOI:
https://doi.org/10.12957/espacoecultura.2016.31758Palavras-chave:
favelismo, mapas jornalísticos, Unidade de Polícia Pacificadora, geografia imaginativa, discursos sobre o OutroResumo
No contexto dos conflitos decorrentes da implantação das Unidades de Polícia Pacificadora nas favelas cariocas, o jornal O Globo representou através de mapas a favela em seu noticiário sobre o tema. Partindo do princípio de que os mapas são imagens que se apresentam enquanto ‘verdades’ sobre o espaço e que o jornal é um veículo de comunicação que fabrica ‘verdades’, o presente trabalho tem como objetivo demonstrar que esses mapas jornalísticos apresentaram uma forma de representação que pode ser reconhecida como favelismo. Em referência ao orientalismo de Edward Said, o favelismo foi o termo cunhado por Márcia Pereira Leite para denominar as representações hegemônicas que inferiorizaram um determinado Outro – os indivíduos associados à favela e o seu espaço. Analisaremos o favelismo enquanto uma matriz de discursos inferiorizantes que se manifestaram nesses mapas jornalísticos, que produziram e reproduziram uma determinada imaginação geográfica sobre as áreas favelizadas.