O medo do prazer na leitura da história
Um pouco sobre o historiador e a suspeita da boa escrita
Resumo
O presente artigo tem como intuito analisar as suspeitas da disciplina historiográfica em relação a textos prazerosos. A dizer, aqueles em que, geralmente, se mobiliza recursos estéticos associados à literatura, como as figuras de linguagem. Para isso, busca-se, através da reconstituição de arcos de longa duração: estabelecer uma definição de prazer; recuperar o seu afastamento de aspectos cognitivos da mente e do corpo humanos; e as implicações desse movimento nos aspectos materiais da produção do texto de historiadores. O cerne do argumento está na constatação de uma correlação entre vontade de verdade e a disposição material ou gráfica do texto historiográfico na página. E, consequentemente, as implicações dessa relação nas expectativas estéticas que se faz sobre o discurso médio da nossa disciplina. Por isso, também está contido no artigo um breve balanço sobre as discussões e preocupações do nosso campo com a materialidade da comunicação. A partir dessas discussões e provocações, neste texto se busca conduzir uma reflexão sobre os limites da segurança e do conforto, permitidos pela disposição tradicional do texto, em contraposição ao alerta e à suspeita despertos pela fruição. Sintetizando a discussão em uma pergunta: onde estaremos mais desatentos e menos críticos, junto ao texto que nos deixa alerta pela sua potencial obscuridade? Ou ao lado do que nos relaxa pela familiaridade?
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