Demônio realize meus desejos: A construção do pacto no imaginário de uma freira portuguesa (1718-1719)

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Resumo

Quando a religiosa professa Joanna Maria de Nazaré enviou uma carta a Inquisição de Lisboa, no ano de 1718, confessando uma tentativa de pacto demoníaco teve início o primeiro de dois processos nos quais a religiosa foi ré. A passagem de Joanna pelo Santo Ofício se afasta do que era comum nos processos de feitiçaria em Portugal, em primeiro lugar por ela ser uma freira, em segundo pela confissão espontânea de um pacto. A ideia de pacto demoníaco estava fortemente presente no pensamento da elite religiosa portuguesa durante a modernidade, mas não o mesmo não ocorria no imaginário de outros grupos sociais do país. Tendo em vista a confissão espontânea podemos pensar, em um primeiro momento, que por ser uma religiosa o imaginário de Joanna estava plenamente alinhado com o inquisitorial, contudo, ao longo de dois processos podemos perceber que a ideia de pacto da religiosa foi passando por algumas transformações ao longo do tempo. Nesse sentido esse trabalho se propõe a analisar os processos inquisitoriais da religiosa buscando compreender a construção do imaginário de pacto de Joanna Maria de Nazaré e de que forma seu papel como freira e seu contato com o inquisidor ajudam a moldar essas ideias.

Biografia do Autor

Andressa Guimarães Barbosa, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Doutoranda em história pela UFRRJ, estuda história religiosa portuguesa com ênfase em história da Inquisição e nos casos de religiosos e religiosas envolvidos em feitiçaria.

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Publicado

2023-11-21

Como Citar

Barbosa, A. G. (2023). Demônio realize meus desejos: A construção do pacto no imaginário de uma freira portuguesa (1718-1719). Dia-Logos: Revista Discente Da Pós-Graduação Em História, 16(2). Recuperado de https://www.e-publicacoes.uerj.br/dia-logos/article/view/77080

Edição

Seção

Artigos Livres