A NATUREZA, O HOMEM E O MEDO TENSÕES DO ANTROPOCENO EM ROMANCES ECOGÓTICOS DE JOCA REINERS TERRON E SANTIAGO NAZARIAN
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Abstract
Nosso trabalho propõe o aproveitamento do conceito de “ficção ecogótica” (DEL PRINCIPE, 2014; GINSBERG, 2013) na leitura de dois romances contemporâneos brasileiros: A morte e o meteoro (2019), de Joca Reiners Terron, e Biofobia (2014), de Santiago Nazarian. No estágio atual do Antropoceno (DANOWSKI; VIVEIROS DE CASTRO, 2014), um ramo teórico consideravelmente profícuo é o dos estudos ecocríticos, o campo que investiga a relação entre humanidade e natureza na literatura. Em sua versão negativa, a ecocrítica (GLOTFELTY, 1996) assume uma feição fóbica e pessimista que a torna parente de poéticas negativas como o Horror e o Gótico, atualizando as últimas com temas de imenso relevo para o contemporâneo. A conexão entre natureza e literatura de medo não é novidade, mas o ecogótico tensiona na tessitura textual em novo nível, e em novo contexto, as relações crescentemente mais disfóricas entre o humano e o não-humano. Os romances nacionais analisados, publicados na última década, fornecem exemplos de prosa ecogótica que, apesar de em superfície bastante distinta, compartilham como tema fulcral o conflito entre uma civilização humana destrutiva, mas acuada, e uma natureza vitimada, mas vingativa. Nosso objetivo final é explicitar a produtividade de leituras sob novos prismas teóricos de modo a contribuir com pesquisas em literatura de medo, gótico e ecocrítica no Brasil.
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