A (TRANS)FORMAÇÃO DOS SERES VIVENTES EM BUGÔNIA, DE DANIEL GALERA
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Resumo
O presente artigo apresenta uma leitura ecocrítica da novela de ficção científica Bugônias (2022), de Daniel Galera. Um aporte crítico atualizado foi mobilizado para analisar a participação dos diferentes seres viventes na narrativa, dando-se destaque às alianças inter e intra-espécies, especialmente aquela entre humanos e abelhas, representada de maneira insólita na obra. A esse respeito, chamamos atenção ao modo como a representação dos animais na narrativa foge da canônica ao conceder agentividade aos não-humanos. Enfatizamos também a importância dada à questão do tempo presente e das transformações constantes nas alianças e nos seres, especialmente após a queda de um astronauta alienígena. Nesse aspecto, a jornada da personagem principal, Chama, será entendida a partir da perspectiva das histórias de amadurecimento pois possui características típicas desses romances, mas altera algumas das lógicas presentes no romance de formação tradicional, especialmente no que se refere à participação feminina. É considerado que, ao invés de se adequar à sociedade ao seu redor, a metamorfose de Chama altera toda a sua comunidade. Por fim, é defendido que também o Organismo toma parte em um processo formativo, transformando-se em sistema simpoético.
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