UMA DISTOPIA DO PRESENTE? O FUTURO EM A EXTINÇÃO DAS ABELHAS DE NATALIA BORGES POLESSO

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Júlia Braga Neves

Resumo

Este artigo tem o objetivo de discutir as representações de futuro em A extinção das abelhas (2021), de Natalia Borges Polesso. Parte-se da hipótese de que o mais recente romance da autora aponta para mudanças na estrutura temporal da história na contemporaneidade. Refletindo sobre uma extensão do presente na narrativa, construída por uma repetição contínua de ações, argumenta-se que a futuridade está associada ao movimento da protagonista, Regina, e de sua mãe Lupe. Porém, esse futuro não denota uma possibilidade de progresso, mas é calcado num adiamento do fim (o colapso final) e num desejo por um horizonte inédito e imprevisível. Por último, busca-se discutir o papel das noções de futuro e presente, relacionados à movimento e à estagnação, respectivamente, na construção das personagens Regina e Lupe e no desenvolvimento do enredo.

Detalhes do artigo

Como Citar
Braga Neves, J. (2023). UMA DISTOPIA DO PRESENTE? O FUTURO EM A EXTINÇÃO DAS ABELHAS DE NATALIA BORGES POLESSO. Abusões, 22(22). https://doi.org/10.12957/abusoes.2023.75159
Seção
Distopia e Contemporaneidade
Biografia do Autor

Júlia Braga Neves, Universidade Federal do Rio de Janeiro

outora em Literatura e Cultura Inglesas pela Universidade Humboldt de Berlim e pelo King's College Londres (2018), possui mestrado em Literaturas Europeias pela Universidade Humboldt de Berlim (2012) e graduação em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (2008). No doutorado, pesquisou espaços queer, Londres, historiografia queer e representações de gênero e homossexualidade nas obras dos escritores britânicos Sarah Waters e Alan Hollinghurst. Atua nas áreas de pesquisa que envolvem literatura e história, romances históricos, teoria de gênero e sexualidade, literatura de viagem e literatura distópica Atualmente é professora adjunta no Departamento de Letras Anglo-Germânicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro e é vinculada ao grupo de pesquisa Distopia e Contemporaneidade e o grupo de pesquisa do Laboratório de Teorias e Práticas Feministas (PACC-UFRJ), ambos do CNPq.