EVOLUÇÃO E FIM EM PLANETA DOS MACACOS
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Abstract
No romance Planeta dos Macacos, de 1963, o escritor Pierre Boulle nos apresenta a história de Ulysse Mérou, um jornalista que embarca em uma viagem interestelar em busca de vida inteligente. Em sua jornada, Ulysse encontra um planeta que espelha uma realidade distorcida da Terra, na qual o homem é destituído de cultura, comunicação verbal, leis e religião, tendo como espécie dominante o símio. Desse modo, a partir de uma inversão de papéis que critica os elementos mais básicos das sociedades humanas em sua relação com os animais, Boulle mergulha seu leitor em um mundo que viu o fim da raça humana como a conhecemos. Porém, ao tematizar um futuro desolador para o homem, o romance oferece uma detalhada visão do passado, baseada em teorias da evolução humana, como as de Darwin (2018). Ao desconstruir uma determinada interpretação da evolução da vida, Boulle trabalha com a desmistificação de discursos redutores que estão na base de uma crença na superioridade humana sobre as demais espécies. Em meio aos ecos do que um dia teria sido a humanidade, a obra nos obriga a questionar a definição de humano, o que será refletido à luz das ideias do paleoantropólogo Pascal Picq (2014). Ao longo da narrativa, leitor e protagonista são levados a confrontar a fragilidade do conhecimento que o ser humano detém sobre a vida.
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