NAS TRIPAS DO GALO: CORPOS LITERÁRIOS FEMININOS LATINO-AMERICANOS E MARCAS DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO EM TRÊS CONTOS DA ESCRITORA MARIA FERNANDA AMPUERO
Main Article Content
Abstract
Este artigo apresenta um estudo sobre as representações das marcas da violência simbólica, psicológica e física contra mulheres nas narrativas literárias latino-americanas cujo objetivo foi entender como as formas de opressão e brutalidade são ficcionalizadas na contemporaneidade através da escrita insólita da equatoriana, Maria Fernanda Ampuero. Nessa perspectiva, o presente trabalho discute os contos “Leilão”, “Monstros” e “Luto” problematizando a violência contra as personagens femininas no livro Rinha de galo. Metodologicamente, trata-se de um estudo de caráter bibliográfico, a partir do qual desenvolvemos o conceito vulnerabilidade dos corpos femininos, que são expostos a outros e, portanto, à violência a partir das discussões teórico-literárias propostas por Heleieth Saffioti (2015), Silvia Federici (2017), Regina Dalcastagnè (2007), Josefina Ludmer (2007), Gayatri Spivak (2010), entre outras/outros. Nesses contos, o corpo feminino é representado por uma normalização perversa de gênero, sustentada pela tortura da vítima e reforçada pela naturalização das experiências de violências de várias gerações de mulheres que enfrentam agressões físicas ou psicológicas em situações cotidianas, em contextos patriarcais, logocêntricos e falocêntricos, que consideram o corpo feminino como propriedade privada do sexo masculino.