O MEDO, O LOCUS HORRIBILIS E O MONSTRUOSO NO CONTO “A PESTE”, DE JOÃO DO RIO
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Resumo
Em pleno século XXI, a humanidade é assolada por um vírus que, em poucos meses, se espalha. Famílias inteiras são dizimadas nessa pandemia, fazendo com que as pessoas repensem sua forma de viver. A literatura, por vezes, retrata a realidade, mas também a subverte e até a adverte para os problemas do cotidiano. Assim, o conto “A Peste”, de João do Rio, dialoga com a nossa época, pois retrata a angústia e o desespero de um Rio de Janeiro, no início do século XX, enfrentando a peste de varíola. A narrativa apresenta os três elementos ligados ao Gótico: o medo, o locus horribilis e o monstruoso. Analisaremos como cada elemento está exposto no conto e para tanto usaremos teóricos como Fred Botting, David Punter e Glennys Byron para situar o gótico; também o pensamento de Júlio França será utilizado para conceituar o medo, e expor sua trajetória, além de Julia Kristeva para pensarmos no monstruoso, uma vez que a peste transforma as pessoas, aqueles que conseguiram sobreviver a ela, em abjetos. O medo e o locus horribilis acabam se tornando crescentes até culminar no monstruoso, num relato de angústia e desespero, típico da literatura gótica.
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