PENNY DREADFUL: NOS LIMITES DA TRANSGRESSÃO DO GÓTICO

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Auricélio Soares Fernandes

Resumo

Do ponto de vista narrativo e estético, muitas séries televisivas da atualidade vêm ganhando reconhecimento crítico e acadêmico. O aperfeiçoamento na criação de personagens, gêneros e inovações nas formas de narrar são alguns dos motivos da persistência cultural nas formas seriais audiovisuais. Nessa perspectiva inserimos Penny dreadful, adaptação seriada para a televisão que utiliza personagens da literatura como metáforas para discutir temas-tabu, como o corpo feminino como via demoníaca, sexo e sexualidade, pecados e monstruosidades. Sendo assim, esse artigo tem por objetivo discutir como esse seriado televisivo retrata os variados níveis de transgressão sexual e psicanalítica. O estudo embasou-se primordialmente na análise do personagem Dorian Gray criado por John Logan para a série. Os crimes, pecados e violação de leis tornam-se evidentes ao longo do seriado e através desses diversos atos de transgressão, o personagem materializa algumas convenções do gótico. Como um ser sobrenatural cujas ações refletem a monstruosidade, o personagem da série televisiva adiciona inúmeros outros sentidos ao texto literário do qual se originou, o romance O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde. Para esse estudo, recorremos às contribuições dos estudos do cinema, de Marcel Martin (2011) sobre a linguagem cinematográfica, Botting (1996, 2005), Powell e Smith (2006), Hughes e Spooner (2006) e Wheatley (2006), para discutir sobre o gótico e sobre discussões sobre adaptação recorremos à Hutcheon (2013) e Stam (1992) e (2003).

Detalhes do artigo

Como Citar
Fernandes, A. S. (2021). PENNY DREADFUL: NOS LIMITES DA TRANSGRESSÃO DO GÓTICO. Abusões, 16(16). https://doi.org/10.12957/abusoes.2021.55048
Seção
Gótico, Fantástico e Ficção Científica: séries cinematográficas, televisivas e de streamings
Biografia do Autor

Auricélio Soares Fernandes, Professor Adjunto I na Universidade Estadual da Paraíba

Doutor (UFPB – 2020) e Mestre (2014) pelo Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL – UFPB) na área de Estudos Comparados (Linha de Pesquisa de Literatura, Cultura e Tradução). Graduado em Letras Inglês (2011) pela Universidade Estadual da Paraíba. Integrante do Grupo de Pesquisa Ficções (PPGL – UFPB) e Pesquisador do Grupo “Literatura, Cultura Visual e Ensino” (Diretório de Grupos CNPq), junto ao Centro de Humanidades da UEPB. Produções mais relevantes e recentes de interesse do escopo da Revista: Penny dreadful: entre outsiders e monstros pós-modernos (Revista TROPOS, 2020); Auricélio Soares Fernandes e Waldir Kennedy Nunes: Voltando ao parafuso de Henry James: o gótico tropical na adaptação fílmica de Walter Lima Junior (Revista RIBANCEIRA, 2018) e Auricélio Soares Fernandes e Luiz Antonio Mousinho: O retrato de Dorian Gray, 1890: uma leitura do romance de Oscar Wilde através do periódico Lippincott´s Weekly Magazine. ORGANON, 2018 e Auricélio Soares Fernandes e Tulio Cordeiro Sousa : A importância da língua e da linguagem na humanização da Criatura do romance Frankenstein (Língua, Literatura e Ensino: linguagens e diálogos, 2019). Atualmente é Professor Adjunto I de Línguas e Literaturas de Língua Inglesa na Universidade Estadual da Paraíba. Tem Interesse e pesquisa nas seguintes áreas: Literaturas Estrangeiras Modernas, Estudos Comparados, com ênfase em pesquisas que abarquem o Gótico na Literatura, cinema e televisão, Expressões do Romantismo anglo-americano e literatura da Era vitoriana.