O DUPLO COMO O CRIMINOSO: UMA ANÁLISE DO LIVRO A METADE SOMBRIA, DE STEPHEN KING

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Maristela Scheuer Deves

Resumo

Desde a antiguidade, a figura do duplo marca presença no imaginário humano, nas suas mais variadas formas e denominações – sombra, reflexo, sósia, irmão gêmeo, outro, Doppelgänger. Ela também se faz presente na arte em geral e na literatura em particular, em especial a partir do século XIX, com o duplo representando o lado sombrio que habita em cada um de nós, os nossos desejos mais obscuros (vide, por exemplo, o clássico romance O médico e o monstro – o estranho caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde, dr Robert Louis Stevenson). Saltando para o século XX, no livro A metade sombria, que analisamos no presente ensaio, o escritor Stephen King retoma o duplo em sua mais pura essência, incluindo aquela da convivência tumultuada entre o ser original e sua duplicata, nos moldes do que fez Edgar Allan Poe no conto “William Wilson”. O Doppelgänger, em King, começa com um “duplo” corriqueiro, o pseudônimo, mas logo envereda pelo insólito quando esse pseudônimo sai de uma tumba em que foi enterrado simbolicamente e ressurge como um ser à parte, cruel e que não hesita em matar quem se interpõe em seu caminho. Os crimes, é claro, são de início atribuídos ao personagem principal, Thad, que terá muito trabalho para provar que não foi ele e sim seu duplo, Stark, quem cometeu os assassinatos.

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Como Citar
Scheuer Deves, M. (2020). O DUPLO COMO O CRIMINOSO: UMA ANÁLISE DO LIVRO A METADE SOMBRIA, DE STEPHEN KING. Abusões, 13(13). https://doi.org/10.12957/abusoes.2020.49337
Seção
O insólito em narrativas de crime, mistério e investigação
Biografia do Autor

Maristela Scheuer Deves, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Mestranda em Letras - Escrita Criativa pela PUCRS, bolsista do CNPq e autora de literatura infantil e infanto-juvenil, com seis livros publicados: "O Baú dos Contos de Fadas", "O Sumiço das Bergamotas", "Uma Cidade Desassombrada", "Os Deliciosos Biscoitos de Oma Guerta", "O Caso do Buraco" e "A Culpa é dos Teus Pais".