IMAGENS SUSSURRANTES: CINEMA DE FLUXO E TEMPO MÍTICO EM HISTÓRIAS QUE SÓ EXISTEM QUANDO LEMBRADAS
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Abstract
O artigo tem o objetivo de tensionar cinema e literatura a partir do insólito produzido em Histórias que só existem quando lembradas (Bra/Arg/Fra, 2011), de Julia Murat. Associamos primeiramente o filme ao cinema de fluxo, estética que aposta na sensorialidade, em filmes com narrativas rarefeitas, nas quais a noção de espaço-tempo é ressignificada a partir da dilatação do plano. A partir disso, buscamos pistas para análise na literatura, convocando Pedro Páramo, de Juan Rulfo, como lugar teórico capaz de fornecer paralelos entre as obras do escritor mexicano e de Julia Murat e também nas discussões sobre transculturação narrativa, apresentadas por Ángel Rama. O que nos move aqui é perceber esse gesto evanescente presente no filme, como uma espécie de “imagens sussurrantes”, de existência efêmera, vinculadas ao universo do insólito também construído em Pedro Páramo. Desta forma, o filme se utiliza da estética do fluxo se aproximando da ideia de transculturação alcançada pelos procedimentos literários que renovaram a narrativa dos escritores na América Latina.
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