FAZENDO APETITE PARA O CHÁ: NARRATIVA FANTÁSTICA E IDENTIDADE NACIONAL EM “UM ESQUELETO”, DE MACHADO DE ASSIS
Contenido principal del artículo
Resumen
RECEBIDO EM 14 MAR 2016
APROVADO EM 20 ABR 2016
O objetivo do presente artigo é analisar a representação do fantástico no conto “Um esqueleto”, de Machado de Assis, no intuito de observar como o escritor lança mão de uma desconstrução do modelo fantástico europeu a fim de problematizar a apropriação deste mesmo modelo na literatura brasileira, caracterizada, na época, por uma forte dependência em relação ao que se produzia na França, por intermédio da qual a obra de E. T. A. Hoffmann tornou-se conhecida pela intelectualidade brasileira oitocentista. O desfecho de “Um esqueleto”, percebido por Magalhães Jr (1973) como “rasteira machadiana”, bem como a referência a Hoffmann no início da narrativa, nos fornece subsídios para esta análise, que tenciona analisar as implicações políticas do fantástico machadiano, percebendo-o como um possível instrumento na busca por uma identidade nacional por meio da literatura. Tal preocupação é constante tanto no contexto literário da época quanto nos textos críticos do próprio Machado, conforme nos sinalizam as reflexões desenvolvidas em “Instinto de nacionalidade”, publicado dois anos antes de “Um esqueleto”.
//
This article aims to analyze the representation of the fantastic in the short-story “Um esqueleto”, by Machado de Assis, in order to observe how the deconstruction of the European fantastic model is used to problematize the appropriation of this same model in Brazilian literature, characterized, in the nineteenth century, by a strong dependence in relation to what was produced in France, through which nineteenth-century Brazilian intellectuality came to know E. T. A. Hoffmann’s works. The ending of “Um esqueleto”, seen by Magalhães Jr. (1973) as a “Machadean trick”, as well as the reference to Hoffmann in the beginning of the narrative, offers us the basis for this analysis, which seeks to observe the political implications of the Machadean fantastic as a way of seeing it as a possible instrument for the search of national identity through literature. This is a constant concern in both the literary context of that time and in the critical texts by Machado, as it is possible to see in the reflections developed in “Instinto de nacionalidade”, published two years before “Um esqueleto”.
DOI: 10.12957/abusoes.2016.22008
Descargas
Detalles del artículo

Os conteúdos da Revista Abusões estão licenciados com uma Licença Creative Commons Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.