A fenomenologização do proibicionismo: técnica e positividade

Authors

  • Marcelo Sodelli

DOI:

https://doi.org/10.12957/ek.2024.89683

Abstract

Sabemos que o Proibicionismo, mesmo fracassando reiteradamente em alcançar seus objetivos de erradicar a produção e o consumo de drogas, se mantém completamente dominante na sociedade. Sua permanência e sustentação como uma política pública, à revelia do seu fracasso, é geralmente compreendida por oferecer ao Estado o poder de controlar certos grupos sociais indesejados. Porém, ao analisarmos o Proibicionismo a partir do pensamento do Heidegger tardio (Era da Técnica), uma nova possibilidade compreensiva se inaugura. O Proibicionismo passa a ser entendido como uma expressão do sentido epocal do nosso mundo, completamente afinado com a armação da Era da Técnica. Argumentamos que a técnica sustenta ontologicamente o Proibicionismo. Como desdobramento da Técnica e ratificando nossa posição, buscamos em Byung Chul Han a noção ôntica de positividade. Chegamos assim à proposição que o Proibicionismo é positividade. Por fim, alertamos que, se queremos realmente uma nova política de drogas, não é somente contra o Proibicionismo que deveríamos lutar, mas fundamentalmente, nossos esforços deveriam se projetar a uma resistência ao mundo da técnica, a uma desobediência ao pensamento calculante. Enfim, o sentido da existência, com uso ou sem uso de drogas, deveria se aproximar mais em habitar de modo mais poético o mundo.

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Author Biography

Marcelo Sodelli

Coordenador do Núcleo de Vulnerabilidade ao Uso de Drogas - Curso de Psicologia

Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde da PUC-SP

Published

2025-09-10

How to Cite

SODELLI, Marcelo. A fenomenologização do proibicionismo: técnica e positividade. Ekstasis: Revista de Hermenêutica e Fenomenologia, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p. 55–79, 2025. DOI: 10.12957/ek.2024.89683. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/Ekstasis/article/view/89683. Acesso em: 13 sep. 2025.