Do ser mulher à dessubstancialização de gênero: um olhar sobre as possibilidades de ser
a perspective of the possibilities of being
DOI :
https://doi.org/10.12957/ek.2024.89335Résumé
Este artigo investiga o que significa ser mulher no contexto do pensamento decolonial, problematizando a naturalização do gênero como uma essência fixa e realizando a sua desubstancialização. A análise é fundamentada nos trabalhos de Simone de Beauvoir, Patrícia Hill Collins e Judith Butler, articulando suas contribuições para compreender o gênero como uma construção social e histórica. Inicialmente, discute-se como o pensamento colonial universalizou uma noção de mulher que desconsidera as interseccionalidades de raça, classe e cultura. Em seguida, com base em Collins, utiliza-se a interseccionalidade como ferramenta crítica para desvendar as opressões estruturais. Por fim, à luz da teoria dos atos performativos de Butler, argumenta-se que o gênero não é um dado essencial, mas uma performance contingente e sujeita a reconstruções constantes. A fenomenologia hermenêutica é empregada como metodologia para desvelar as narrativas hegemônicas que sustentam essas construções. Conclui-se reforçando a importância de descolonizar os discursos sobre o gênero e reconhecer a pluralidade de experiências que tensionam constantemente o ser mulher, tanto em contextos globais quanto localizados.