Promoção em saúde mental de mulheres nas ruralidades brasileiras: uma artesania literária pela fenomenologia decolonial
DOI:
https://doi.org/10.12957/ek.2024.89247Resumo
O artigo analisa a promoção em saúde mental e a prática do futebol feminino em áreas rurais do Brasil através da Artesania Literária, combinando revisão integrativa e literaturas decoloniais e de gênero sob uma perspectiva fenomenológica decolonial. Originado no Programa de Extensão transVERgente da Universidade de Pernambuco, que acompanha comunidades rurais impactadas pela Transposição do rio São Francisco, o estudo analisa plataformas acadêmicas, portais literários, notícias e documentos sobre a vida das mulheres camponesas. Foram selecionados 11 estudos acadêmicos e 10 produções de outras plataformas. A análise revela a necessidade de priorizar a saúde mental das mulheres camponesas, afetadas por violências interseccionais de gênero, classe, local de origem, sobrecarga de trabalho, desvalorização e silenciamentos. Esses fatores dificultam o acesso ao cuidado em saúde mental, incluindo práticas corporais como o futebol feminino, que emerge como uma potencial estratégia de promoção da saúde mental de mulheres camponesas. O estudo destaca as lutas e resistências das mulheres e enfrenta barreiras no cuidado individual e coletivo, agravadas pelo sistema moderno-colonial e patriarcal, que perpetua opressões e invisibiliza seus modos de vida. Além disso, enfatiza a importância da pesquisa decolonial fenomenológica, que compreende a colonialidade na história da modernidade ocidental e os fenômenos interseccionais observados no Brasil desde a colonização. Conclui-se que são necessárias práticas integrativas e de políticas públicas que considerem a complexidade da vida rural feminina, a fim de promover o fortalecimento, o acesso ao esporte e a valorização das tradições territoriais como meios para a promoção da saúde mental e ação política.