Da opressão à resistência: uma análise do uso do rádio na Revolução da Argélia a partir da filosofia fenomenológica da tecnologia
DOI:
https://doi.org/10.12957/ek.2024.88542Resumo
Este artigo analisa, com base na filosofia da tecnologia, de abordagem fenomenológica, como proposta por Don Ihde e Albert Borgmann, o caso histórico do uso do rádio durante a revolução da Argélia. Trata-se de um evento discutido pelo filósofo martinicano Frantz Fanon que aborda as relações coloniais de poder e o movimento de resistência através do uso da tecnologia. Argumenta-se que a apropriação do rádio pelos argelinos transcendeu as quatro categorias de transferência tecnológica, propostas por Ihde, apontando para um limite em sua teoria e sugerindo uma nova perspectiva através da filosofia de Borgmann. Defendemos que o fenômeno da tecnologia, quando associado a relações de poder, requer uma visibilidade dos dispositivos para permitir o movimento de resistência, redefinindo as bases da relação entre tecnologia e cultura.