Reflexões sobre as apropriações de Emmanuel Levinas da fenomenologia de Husserl
DOI:
https://doi.org/10.12957/ek.2022.70193Palavras-chave:
Ética, Fenomenologia do rosto, Judaísmo, Dizer, DitoResumo
Este artigo visa discutir parte das apropriações feitas por Emmanuel Levinas da
fenomenologia husserliana para a construção de seu projeto de ética como filosofia
primeira. Partindo do problema da fenomenologia do rosto, colocado em entrevistas
concedidas nos anos 80 e no prefácio à edição alemã de Totalité et Infini de 1987,
questionamos possíveis adequações de ensinamentos husserlianos feitas por Levinas, dado que, ele discute filosoficamente sobre um campo anterior à ontologia. As comentadoras Fernanda Bernardo (2012) e Catherine Chalier (1993) apresentam os elementos críticos do filósofo à obra de Husserl, mas não adentram nos referidos
aspectos almejados por nós. Tendo como material de análise duas obras fundamentais do autor, Totalité et Infini e Autrement qu’être ou au-delà de l’essence, propomos a verificabilidade da hipótese de a fenomenologia ser uma abordagem filosófica de retorno ao concreto e uma metodologia de pesquisa filosófica.