Psicologia e Fenomenologia: uma (aproxim)ação política frente à vulnerabilidade
DOI:
https://doi.org/10.12957/ek.2022.69699Palavras-chave:
atitude fenomenológica, ação clínica, ação política, vulnerabilidade, riscoResumo
Apresentamos, nesse trabalho, uma revisitação a duas teses de doutoramento que produziram considerações importantes para o assuntamento da vulnerabilidade e/ou situação de risco, tendo nas ideias de Martin Heidegger e Hannah Arendt aproximações possíveis com o fazer psicológico. A discussão foi construída a partir de uma atitude fenomenológica na psicologia, partindo do método cartográfico para leitura, compreensão e análise das teses. Após leitura crítica, a vulnerabilidade e a situação de risco revelaram-se como elementos importantes na conjuntura do existir humano, sendo dois fenômenos que coexistem e implicam-se com o mundo vivido. Consideramos, a partir disso, que a psicologia de inspiração fenomenológica pode embasar reflexões no campo das humanidades, com um realce para seu testemunho da ação clínica em psicologia coexistindo com a política. Nesse sentido, apontamos uma leitura crítica e hermenêutica acerca da implicação da psicologia com o viver cotidiano de grupos em situação de risco/vulnerabilidade, projetando discussões sobre o fazer ético e político da psicologia.