Do tempo vazio do trabalho ao tempo livre do jogo: possibilidades de se pensar o tédio em Eugen Fink
DOI:
https://doi.org/10.12957/ek.2021.58333Palavras-chave:
Tédio. Trabalho. Jogo. Antropologia Filosófica. Sintomatologia.Resumo
A partir da discussão suscitada por Heidegger, em que o tédio aparece como fenômeno ligado à experiência do ser no tempo em três níveis distintos, passamos a uma reflexão a partir da antropologia filosófica finkiana, buscando pensar o tempo livre para além da cotidianidade e do tempo livre do trabalho. Assim, este trabalho tem como preocupação apresentar e discutir o papel do tédio como fenômeno existencial, a partir da fenomenologia antropológica proposta por Eugen Fink, tomando o homem a partir de uma concepção fenomenológica do ser. Sendo assim, Fink se propõe a construir uma figura de homem voltada para uma compreensão de homem que se fundamenta na concepção de fenômeno, enquanto aquilo que aparece: existência que se mostra a si mesma, que se revela. Fundamentado nessa proposta, temos como pretensão discutir o tédio como fenômeno existencial baseando-se na concepção fenomenológica de Eugen Fink. Tal proposta se estrutura naquilo que Fink identifica como fenômenos fundamentais da existência humana – a saber, são cinco: jogo, trabalho, amor, luta e morte. Fazendo uso de dois de seus fenômenos fundamentais, jogo e trabalho, buscamos pensar o papel ocupado pelo tédio em relação a esses fenômenos. Nesse sentido, esse trabalho se preocupa em construir um argumento que apresente o tédio como fenômeno que tem um papel de elo, de passagem, entre estes dois fenômenos fundamentais, por meio de uma sintomatologia do tédio, construída a partir das considerações finkianas acerca do tempo, do trabalho e do jogo.