Entre dois modos de ser da linguagem: o homem da modernidade de Foucault
DOI:
https://doi.org/10.12957/ek.2020.49343Keywords:
Homem, modernidade, Foucault, representação, finitudeAbstract
Um comentário sobre o desenvolvimento do conceito de homem conforme a articulação elaborada por Michel Foucault em “As Palavras e as Coisas”. Tal conceito encontra suas condições de possibilidade nas transformações de ordem epistemológica e ontológica às quais a linguagem foi submetida, e que levaram à transição do paradigma classificatório e da mathêsis do classicismo para o paradigma da modernidade por volta do fim do século XVIII. A relação do homem com a finitude é determinante do modus operandi moderno de produção de saber sobre o mundo e sobre si, em particular no tangente à produção específica das ciências humanas como a biologia, a filologia e a economia. O autor indica que a diretriz intencional do saber moderno, e, por conseguinte, do homem moderno, é ainda no sentido de uma mesmificação daquilo que é Outro e, por isso mesmo, fonte de angústia. Esta tarefa é engendrada na modernidade sob um modo próprio que a distingue da apreensão representacional clássica. Ao mesmo tempo em que lhe confere uma definição, a própria condição de finitude do homem sinaliza um limite e prenuncia sua superação como conceito, na medida em que emergem as condições de possibilidade para uma nova disposição da linguagem ainda no porvir.