A apropriação de Heidegger sobre Santo Agostinho: o Livro X das Confissões
DOI:
https://doi.org/10.12957/ek.2017.28600Resumo
Neste artigo pontuamos a primeira interpretação de Heidegger sobre Sto. Agostinho (1921) mostrando como o filósofo alemão se apropriou de sua exposição confessional a fim de caracterizar a concretude fática da existência humana. Em termos gerais, a tarefa que Agostinho encetava a partir do reconhecimento da própria penúria era a de resgatar a sua vida da dispersão e fracionamento peculiares através do reencontro com Deus. O filósofo alemão, por sua vez, procede através da coleta e assimilação dos elementos elaborados na busca do bispo de Hipona e os indicia formalmente. Nessa etapa inicial do seu itinerário, o processo de interpretação consiste na transmutação da aflição confessada por Agostinho posta em caracterização modal-existencial fenomenológica. Nos anos seguintes à preleção vemos as determinações desencobertas sendo realocadas com a ampliação do escopo do seu projeto filosófico, que culminará com a publicação de Ser e tempo em 1927.