Considerações fenomenológico-existenciais sobre as relações entre filosofia e psicoterapia
DOI:
https://doi.org/10.12957/ek.2014.14078Abstract
DOI: http://dx.doi.org/10.12957/ek.2014.14078
Partindo de um exame das representações cotidianas mais correntes de filosofia e de psicoterapia, este artigo discute, sob uma perspectiva fenomenológico-existencial, as possíveis relações entre a filosofia e a psicoterapia. Argumenta-se que o projeto da psicoterapia moderna contém uma ambigüidade essencial. Se, por um lado, a psicoterapia é vista como ciência aplicada, como técnica psicológica, por outro, permanece o pressuposto tácito de que a psicoterapia diz respeito à existência humana na sua essência irredutível às objetivações neurológicas ou psicológicas. A partir dessa ambigüidade, abre-se o campo de consideração sobre as possibilidades de relação entre a psicoterapia e a filosofia. Além do modo mais comum de entender essa relação como colaboração entre disciplinas, consideramos a possibilidade de uma relação mais essencial e antiga entre psicoterapia e filosofia como modos de cuidado da existência.