Alice e O mestre ignorante: relações entre a obra literária e a experiência educacional

Autores

  • Anna Olga Prudente de Oliveira Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
  • Marcia A. P. Martins Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

DOI:

https://doi.org/10.12957/soletras.2016.25896

Palavras-chave:

Literatura infantojuvenil. Tradução e adaptação. Emancipação intelectual. Lewis Carroll. Jacques Rancière.

Resumo

Este artigo propõe uma análise da obra Aventuras de Alice no país das maravilhas de Lewis Carroll, com base na leitura de O mestre ignorante de Jacques Rancière (2013) (Le maître ignorant, 1987). Considerando que Alice tornou-se um cânone da literatura infantojuvenil, busca-se apontar aspectos na escrita de Carroll que distanciam a obra de uma literatura infantojuvenil de cunho educativo e/ou moralizante. Sem uma narrativa linear, Carroll traz para sua escrita a dimensão infantil, priorizando uma experimentação da própria linguagem. Essa experimentação e a escrita literária elaboradas sem um caráter teleológico, sem o intuito aparente de um ensinamento, são aspectos que possibilitam uma analogia com o texto de Rancière, no qual o autor, rompendo com a tradicional hierarquia na relação mestre-aluno, apresenta uma proposta radical de emancipação intelectual. Neste percurso de articulação da escrita literária de Carroll com as “lições de emancipação intelectual” de Rancière, são discutidos caminhos tomados em duas reescritas brasileiras de Alice, a de Jorge Furtado & Liziane Kugland (2008) e a de Maria Luiza Borges (2013).

Biografia do Autor

Anna Olga Prudente de Oliveira, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Anna Olga Prudente de Oliveira

annaolga@terra.com.br

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Anna Olga Prudente de Oliveira é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem da PUC-Rio, com bolsa de Doutorado FAPERJ Nota 10. Mestre em Letras/Estudos da Linguagem e Bacharel em Letras com Habilitação em Tradução pela PUC-Rio. Bacharel em Artes Cênicas pela Universidade do Rio de Janeiro (UNI-Rio). Membro do corpo editorial da Revista Escrita (PUC-Rio) e parecerista ad hoc da Revista Versalete (UFPR). Tradutora e pesquisadora na área de Estudos da Tradução, com ênfase em Estudos Descritivos, tradução de literatura infantojuvenil e historiografia da tradução.

Marcia A. P. Martins, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Marcia A. P. Martins é doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, tendo realizado estágio pós-doutoral na Queen Mary University of London em 2012. Tradutora e professora, atua nos cursos de formação de tradutores e no Programa de Pós-Gradução em Estudos da Linguagem da PUC-Rio. Organizou as coletâneas Tradução e multidisciplinaridade (Lucerna/PUC-Rio, 1999) e Visões e identidades de Shakespeare no Brasil (Lucerna, 2004), além de dossiês e volumes temáticos do periódico Tradução em Revista, como o n. 14 - "Reescritas de Shakespeare" (jan.-jun. 2013) e n. 18 – “História e historiografia da tradução” (jan.-jun. 2015), ambos com John Milton. Compilou a base de dados sobre traduções brasileiras do cânone dramático shakespeariano disponível em http://www.letras.puc-rio.br/shakespeare/, da qual é gestora. Seus interesses de pesquisa incluem as reescritas do cânone dramático shakespeariano para o português, teorias de tradução e o ensino de tradução.

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Publicado

2017-02-01