Controle glicêmico em pacientes críticos na UTI

Autores

  • William O. Silva Serviço de Clínica Médica. Centro de Tratamento Intensivo Geral. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2013.7530

Resumo

O uso do controle glicêmico estrito (glicemiaentre 80-110 mg/dl) em pacientes críticos foialvo de numerosos trabalhos com resultadosdivergentes. A partir de resultados expressivosobservados no estudo de Leuven I, em que seutilizou um controle estrito de glicemia comredução da mortalidade, este tipo de manuseiotornou-se rotina nas UTIs. Entretanto, com osresultados dos trabalhos mais recentes, houveuma rediscussão do tema, objetivando orientaros intensivistas a respeito do nível de controleglicêmico ideal nestes pacientes. Sabe-se que ahiperglicemia é deletéria no paciente crítico nosvários cenários clínicos encontrados, implicandoem desfechos piores. Contudo, a hipoglicemiaque ocorre com maior frequência quandose estabelece um protocolo estrito, impacta deforma negativa os resultados quando tentamosnormalizar a glicemia de pacientes criticamenteenfermos. Constitui um grande desafio amanutenção da glicemia em valores aceitáveisneste grupo de pacientes com grandes alteraçõesmetabólicas e neste sentido a instituição de umprotocolo de controle glicêmico é fundamental.Estudos demostram que a hiperglicemia estáassociada à disfunção imunológica e endotelial,assim como a alterações de coagulação e distúrbioshidroeletrolíticos. Recente guideline publicadopelo Surviving Sepsis Campaign reenfatizao papel do controle moderado da glicemia empaciente sépticos (igual ou abaixo de 180 mg/dl). Na nossa unidade o objetivo é manter aglicemia ente 140-180 mg/dl nos pacientes comresposta inflamatória sistêmica. Aguardam-senovos estudos que determinem o valor ideal deglicemia nestes pacientes, assim como o melhormeio de alcançá-lo, seja pelo uso de algoritmoscomputorizados e/ou controle de glicemia porglucômetros de leitura contínua transdérmicos.

Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(3):47-56

doi:10.12957/rhupe.2013.7530

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Publicado

2013-09-30