A doença arterial coronariana e o envelhecimento populacional: como enfrentar esse desafio?

Autores

  • Alinne G. Ferreira Disciplina de Cardiologia. Departamento de Especialidades Médicas. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Celso D. Coelho Filho Disciplina de Cardiologia. Departamento de Especialidades Médicas. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Roberto A. Lourenço Disciplina de Geriatria. Departamento de Medicina Interna. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Roberto Esporcatte Disciplina de Cardiologia. Departamento de Especialidades Médicas. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2013.7079

Resumo

Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2013;12(Supl 1):13-24

doi:10.12957/rhupe.2013.7079

O envelhecimento populacional é um desafio do mundo contemporâneo que afeta tanto os países ricos quanto os pobres. Além da sua alta prevalência, a doença arterial coronariana em populações idosas está associada à maior frequência de apresentações clínicas atípicas, a peculiaridades na investigação diagnóstica e à necessidade de cuidado redobrado na abordagem terapêutica. No Brasil, as doenças do aparelho cardiovascular constituem as principais causas de mortalidade, seguidas por neoplasias, causas externas e doenças do aparelho respiratório. No idoso, as manifestações clínicas da doença arterial coronariana podem ser diferentes e atípicas, sendo a dispneia de esforço mais comum que a angina pectoris. A investigação complementar é semelhante a da população geral, mas a acurácia dos diversos métodos pode variar bastante. As diferenças na fisiopatologia, farmacocinética e metabolismo das drogas observadas no idoso devem ser consideradas ao se estabelecer uma estratégia de tratamento e os alvos terapêuticos. Para o controle dos múltiplos fatores de risco e comorbidades, é necessário o uso de maior número de fármacos, ocasionando interações medicamentosas, reações adversas, menor adesão, maior custo e hospitalizações por complicações iatrogênicas. Para minimizar os efeitos colaterais decorrentes da associação de múltiplos medicamentos, assim como aumentar a adesão, deve-se revisar as prescrições a cada consulta, ressaltar a importância de cada uma das substâncias prescritas, ajustar as doses e a forma de administração, procurando-se reduzir a sua frequência. Efeitos colaterais podem agravar ou sugerir a presença de outros distúrbios clínicos. As decisões clínicas envolvendo o tratamento da doença arterial coronariana devem considerar a fragilidade, a expectativa e a qualidade de vida, assim como os riscos e os custos. As estratégias terapêuticas e diagnósticas farmacológicas ou invasivas devem ser criticamente selecionadas face ao maior potencial iatrogênico observado nos pacientes idosos.

Descritores: Doença das coronárias; Idoso; Diagnóstico; Terapêutica.

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Publicado

2013-08-20