Cuidados paliativos e medicina de família e comunidade: conceitos e interseções

Autores

  • Lilian Hennemann-Krause Clínica e Tratamento da Dor. Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Letícia A. Freitas Departamento de Medicina Integral e Familiar. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Priscila M. N. Daflon Departamento de Medicina Integral e Familiar. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2016.30644

Resumo

Apesar dos avanços tecnológicos, muitas doenças não são passíveis de terapia curativa, tornando-se crônicas e progressivas, tendo a morte como seu desfecho irremediável. Estima-se que cerca de 20 milhões de pessoas ainda morrem no mundo sem acesso à atenção que poderia minimizar seu sofrimento e os sintomas de suas doenças, em sua maioria crônicas. Os cuidados paliativos (CP) são uma área em crescimento, porém, o número efetivo de profissionais capacitados para lidar com o paciente sem expectativa de terapia curativa é insuficiente. Por meio da revisão bibliográfica narrativa dos pilares conceituais da Estratégia de Saúde de Família, da Atenção Primária à Saúde e dos princípios dos CP, o presente artigo tem por objetivo identificar os pontos que fazem a interseção entre estes e a medicina de família e comunidade (MFC), visto que utilizam atributos semelhantes, o que os torna capazes de acompanhar pacientes cujos sintomas específicos das doenças crônicas ou relacionados com o fim da vida demandam uma necessidade de formação profissional diferenciada. Esta formação permite uma melhor abordagem do paciente e de seus familiares em questões relacionadas com terminalidade, controle da dor e outros sintomas, envolvendo o cuidado em muitas esferas (física, social, cultural, psíquica e espiritual) de forma integrada e coordenada com os demais serviços de saúde. A Estratégia de Saúde da Família apresenta maior capacidade para sustentar em abrangência e acompanhamento continuado dessa população, sendo um ator em potencial para garantir esse cuidado à saúde.

Descritores: Atenção primária à saúde; Cuidados paliativos; Medicina de família e comunidade; Saúde da família.

Biografia do Autor

Lilian Hennemann-Krause, Clínica e Tratamento da Dor. Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Clínica e Tratamento da Dor. Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Letícia A. Freitas, Departamento de Medicina Integral e Familiar. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Departamento de Medicina Integral e Familiar. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Priscila M. N. Daflon, Departamento de Medicina Integral e Familiar. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Departamento de Medicina Integral e Familiar. Hospital Universitário Pedro Ernesto. Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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Publicado

2016-09-30