Gerenciamento do controle glicêmico do diabetes mellitus tipo dois na Estratégia de Saúde da Família

Autores

  • Natália M. Fernandez Programa de Residência. Departamento de Medicina Integral, Familiar e Comunidade, Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Carla Cazelli Departamento de Medicina Integral, Familiar e Comunidade, Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Rosimere J. Teixeira Departamento de Medicina Integral, Familiar e Comunidade, Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2016.29447

Resumo

O diabetes tipo 2 (DM2) é uma doença progressiva com deteriorização do controle glicêmico a longo prazo. O controle precoce tem efeitos benéficos duradouros diminuindo a morbimortalidade. O objetivo do estudo foi avaliar o gerenciamento do controle glicêmico prestado à pessoa com diabetes. Dos 230 adultos acompanhados no Centro Municipal de Saúde Maria Augusta Estrella, com diagnóstico prévio de DM2, em uso de terapia oral e/ou insulínica, selecionaram-se apenas 144 (62,6%), (94 do sexo masculino e 50 do sexo masculino, - 61,7±12,1 anos) que apresentaram uma avaliação de HbA1c no prontuário, sendo 32% com mais de duas. Foram analisados as glicemias de jejum e o grau do controle classificados conforme: descompensado (hemoglobina glicada-HbA1c ≥9%), controle moderado (HbA1c>7 e <9%) e compensado (HbA1c ≤7%); também foi utilizada a meta da HbA1c conforme perfil de risco individualizado com base na idade e presença de complicações. O tempo de duração de doença foi de 37±46 meses. Pelo menos 19,4% das pessoas tinham uma complicação do DM2. Foram classificados como compensados 47,2%, controle moderado 29,9% e descompensados 22,9%. Vale ressaltar que 55,6% foram considerados compensados pela meta individualizada. O grupo descompensado era mais jovem e a maioria fazia terapia oral combinada e/ou com insulina. Conclui-se que o gerenciamento glicêmico dessas pessoas não está adequado, já que a maioria está fora da meta proposta e da meta individualizada, o que prejudica a resolutividade da atenção prestada a essas pessoas. Acredita-se que o controle glicêmico deve ser centrado na pessoa, levando em consideração os recursos e sistema de suportes disponíveis no sistema de saúde.

Descritores: Diabetes mellitus tipo dois; Gerenciamento glicêmico; Controle glicêmico.

Biografia do Autor

Natália M. Fernandez, Programa de Residência. Departamento de Medicina Integral, Familiar e Comunidade, Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Programa de Residência. Departamento de Medicina Integral, Familiar e Comunidade, Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Carla Cazelli, Departamento de Medicina Integral, Familiar e Comunidade, Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Departamento de Medicina Integral, Familiar e Comunidade, Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Rosimere J. Teixeira, Departamento de Medicina Integral, Familiar e Comunidade, Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Departamento de Medicina Integral, Familiar e Comunidade, Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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Publicado

2017-09-19