Anticoagulação na gravidez

Autores

  • Flávia C. dos Santos
  • Guilherme R. de Jesús
  • Nilson R. de Jesús
  • Roger A. Levy

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2015.18442

Resumo

As mudanças anatômicas e hormonais que ocorrem no organismo da mulher tornam as gestantes suscetíveis, expostas aos riscos de novo evento trombótico durante a gravidez. Dessa forma, é importante sabermos atuar na profilaxia e termos conhecimento do uso da anticoagulação em situações especiais e em patologias onde a trombose pode ocorrer na ausência de um manejo adequado. Nessas ocasiões a escolha do anticoagulante se transforma em um grande desafio. Os cumarínicos são drogas que atuam na inibição da síntese dos fatores de coagulação. São considerados teratogênicos quando utilizados no primeiro trimestre e exigem controle pelo índice internacional de normatização (INR), porém, têm a vantagem do baixo custo e da administração por via oral, podendo ser uma alternativa quando utilizado entre a 13ª e a 36ª semana de gestação. As heparinas atuam como cofator da antitrombina III, aumentando sua capacidade de neutralizar enzimas hemostáticas. Requerem administração por via parenteral por serem inativadas no intestino. Quando usadas por longos períodos, podem causar osteopenia e trombocitopenia. Com relação às medicações alternativas, não existem muitos estudos que possam garantir a eficácia e a segurança de sua utilização durante a gravidez. Ficam reservadas para os casos de contraindicação ao uso da heparina. A anticoagulação nas pacientes portadoras de SAF é feita de acordo com as manifestações da doença que podem variar de perdas gestacionais associadas ou não a tromboses arteriais ou venosas. Com relação às pacientes portadoras de trombofilias hereditárias, a anticoagulação na gravidez será feita tomando como base o tipo de trombofilia (baixo ou alto risco) e a ocorrência ou não de evento trombótico prévio. As pacientes portadoras de válvula cardíaca metálica devem ser submetidas àanticoagulação plena durante toda a vida e o cumarínico é mais efetivo que a heparina na prevenção de complicações tromboembólicas nessas pacientes.

Descritores: Gravidez; Heparina; Trombofilia.

Downloads

Publicado

2015-12-30