Abortamento de repetição

Autores

  • Marcelo Burlá
  • Antônio Braga
  • Lorena B. Coulamy
  • Talita S. Oliveira
  • Evelise P. da Silva
  • Flávio P. Vasques

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2015.18351

Resumo

O abortamento de repetição (AR) é uma condição heterogênea que engloba uma coorte mista de mulheres com diferentes histórias reprodutivas e uma grande variedade de condições clínicas associadas. É uma intercorrência obstétrica altamente frustrante que pode causar sofrimento emocional considerável em casais, muitas vezes levando a uma variedade de outras doenças, tanto físicas quanto mentais. Na maioria das vezes, o AR é causado por anormalidades genéticas no embrião; no entanto, translocações cromossômicas, anomalias endócrinas ou distúrbios metabólicos, doenças autoimunes e anomalias anatômicas do útero são consideradas as causas mais comuns associadas ao AR. Embora a incidência exata do AR nunca tenha sido determinada de forma confiável, a maioria dos pesquisadores concorda que sua incidência global (duas ou mais perdas gestacionais) seja de aproximadamente 3%. No geral, ainda há divergências na literatura sobre a triagem adequada e os cuidados com mulheres grávidas que tenham história de AR. No entanto, novas tecnologias têm sido desenvolvidas com testes menos invasivos e que rastreiam causas de AR mais precocemente a fim de aumentar o número de gravidezes bem-sucedidas. Com uma maior compreensão dos fenômenos genéticos envolvidos na gestação e sua relação com doenças obstétricas, haverá certamente avanços na medicina reprodutiva, cabendo aos médicos garantir que estas intervenções sejam utilizadas de forma responsável, justa e ética. Esta revisão tem como objetivo realizar uma discussão sobre as principais causas de AR existentes na prática clínica, cuja compreensão é essencial para a promoção da atenção integral à saúde das mulheres.

Descritores: Abortamento; Complicações da gravidez; Medicina reprodutiva.

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Publicado

2015-12-30