Autoavaliação de egressos quanto à capacitação para práticas de controle do câncer

Autores

  • Diogo A. V. Ferreira Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Renata N. Aranha Departamento de Ginecologia e Obstetrícia. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
  • Maria Helena F. O. de Souza Departamento de Patologia e Laboratórios. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.12957/rhupe.2015.16215

Resumo

Problema de saúde pública, o câncer tem forte impacto na sociedade. O papel do profissional de saúde, especialmente do médico, é de fundamental importância para o controle. Para tal, é necessária a formação adequada de generalistas capazes de atuar na detecção precoce e na prevenção. Neste trabalho, avaliamos a autopercepção de alunos de um curso de Medicina quanto ao conhecimento de habilidades para prevenção e controle do câncer. Trata-se de um estudo transversal que utilizou um questionário autopreenchível, previamente adaptado. Foram incluídos alunos matriculados no último ano do curso médico em 2012. Foram excluídos: (a) ingressantes por transferência ex-officio; (b) alunos que não frequentavam o curso no momento da pesquisa; (c) alunos que participaram do processo de adaptação questionário. Setenta e quatro alunos participaram do estudo. Um percentual significativo (87%) consideraram insuficiente o ensino da cancerologia durante a formação. A maioria (90,4%) considera-se preparada para aconselhar quanto alimentação saudável. Embora 76,7% dos alunos sintam-se preparados em aconselhar a prevenção e 79,7% a cessação do tabagismo, 21,6% e 16,2% responderam que se consideram despreparados, respectivamente. Em relação à fotoproteção os percentuais são semelhantes. Os alunos sentem-se mais preparados em aconselhar do que em executar exames fundamentais para rastreamento e diagnóstico precoce de câncer. Os dados são mais preocupantes em relação a exames para rastreamento das duas neoplasias com protocolos implementados no Brasil: 52,1% e 73% desses alunos chegam ao final do curso sem segurança em executar o exame clínico das mamas e o preventivo ginecológico, respectivamente. Em relação ao exame clínico da pele e ao toque retal, os resultados são semelhantes, com 60,2% e 64,9%, respectivamente, considerando-se despreparados. Embora estes exames não estejam incluídos em protocolos de rastreamento, são fundamentais para diagnóstico precoce. Nossos resultados identificam uma importante lacuna observada na formação. Mais do que um diagnóstico situacional do ensino de câncer, este trabalho permite direcionar e alertar sobre a importância de reformas e aprimoramentos curriculares e, com isso, contribuir com a qualidade do serviço de saúde prestado para a população.

Descritores: Educação médica; Currículo; Oncologia.

Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2015; 14(1):18-26

doi:10.12957/rhupe.2015.16215

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Publicado

2015-03-31

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Artigos